terça-feira, 26 de outubro de 2010

<<< Dois Japão e Uma Japona >>>


B Ó Ó Ó Ó R I S !
Lock'n'Loll.

Desde pivete que eu acho que os japas tem uma certa "quedinha" pelo excesso. O Seya soltando o "meteoro de Pégasus" era excessivamente luminoso e histérico, além de mais destrutivo que qualquer terremoto (eu, com meus 8 aninhos, vibrava!). As cores do Pokémon eram tão exageradas e piscantes que deu até epilepsia na criançada. E a Tóquio moderna, a crer nas fotos e em Encontros e Desencontros, parece pra lá de empanturrada de néon, como se quisesse matar Las Vegas de humilhação.

Sem falar que o vídeo-clipe com o maior grau de fritação psicodélica que eu já vi não é de nenhum prog americano ou psicodelia inglesa: é "Vision Creation Newsun", piração absoluta dos Boredoms, banda japonesa das mais dignas de ir parar no hospício.

O Boris não é diferente: o power-trio de zóinhos puxados é excessivo em tudo o que faz, inclusive na chatura de seus discos "drone" realmente soporíferos. Mas quando esse trio desce a mão e fica furioso, que maravilha! Heavy Rocks e Pink, os discos mais pesados e virulentos da carreira deles, trazem punkão garageiro e stoner metal de prima. Sons que ficam socando o ouvinte contra a parede com uma fúria um tanto... excessiva.

Eu, confesso, e talvez seja meu masoquismo enrustido, curto. É uma pancadaria dos diabos, mais insana às vezes que a dos conterrâneos dos Boredoms e do Guitar Wolf.

E o melhor de tudo: não entender porcaria nenhuma de japonês faz minha imaginação delirar. Ouço Heavy Rocks (e tenham certeza que a palavra "heavy" aqui não é usada em vão...) e fico imaginando quais podem ser as causas de tamanha indignação: se eles são uns anarco-punks que querem derrubar um governo totalitário ou se só estão reclamando contra o preço do video-game. 

Quem sabe as letras não sejam todas um bando de nomes de golpe de karatê, vomitados na sequência numa espécie de "fatality" verbal que quer fazer miséria com qualquer tímpano impressionável...


E pra você que não suporta banda que não tenha nomes de música ridiculamente clichezentos, farofões, mezzo-Whitesnake mezzo-Poison, não se preocupe: o Boris também tem suas "Rattlesnakes" e suas "Death Valley".

Nestes álbuns tudo parece bombado no talo: o volume, o ritmo, os gritos, a batera, os solos. O produtor dos caras num deve receber ordem algum senão essa: "bota tudo no máximo, maestro!" Ah, a sabedoria da simplicidade!

E tem como não gostar de uma banda que é rotulada com belezinhas como "Drone Doom Metal", "Noisecore" e "Japanese Hardcore"? E tem como não simpatizar com gente que tá tão pouco se fudendo pras capas de seus discos?

Enfim, vá por mim: taí uma pá de rocks-japa cabulosos da gloriosa terra que já nos deu Kurosawa, Mishima, Jaspion e, claro, o bom e velho miojo...

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"Morphing temporarily into a classic power trio, Heavy Rocks finds Boris’ Disraeli Gears firing on all cylinders, melding Blue Cheer with Kyuss’ desert Blues for the Red Sun, particularly during the raucous instrumental “Rattlesnake,” Stooges rave-up “1970,” and sludge-feast “Death Valley.” Easily the band’s most consistent and accessible work to date." --- AUSTIN CHRONICLE.



  
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"Fuzzed out, ripped and torn and shredded riffs and propeller kit work take Boris to an entirely new level of "heavy." The rootsy metallic thrash of the band outdoes anything they've done before -- "Woman on the Screen" sounds like Iggy Pop fronting the MC5 of Kick Out the Jams in the Sunn 0))) era -- all in two-minutes-and-thirty-eight seconds. (...) Pink is easily the most cohesive, adventurous, and straight-ahead rocking recording of their 12-year career. If indeed the set was consciously made with Americanski audiences in mind, good; then more power to them. Boris are the kings who have set the metal bar very high on Pink. It's an album to be reckoned with." AMG 



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