quarta-feira, 29 de julho de 2009

:: da série PÃO QUENTINHO ::

WYNTON MARSALIS - He and She
CHICKENFOOT [SAMMY HAGAR + JOE SATRIANI + etc.] - idem


IAN HUNTER [do MOTT THE HOOPLE] - Man Overboard
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PREFUSE 73 - Everything She Touched Turned Ampexian
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domingo, 26 de julho de 2009

:: The Dead Weather ::


:: THE DEAD WEATHER::

- Horehound -


Retroceder, jamais?

Por Ana Alice Gallo


Há pouca (ou nenhuma) dúvida de que “Seven Nation Army” seja o hino dos anos 00. Ao som dessa música, sacolejam pessoas sem a mínima ligação com o rock and roll e que talvez nem saibam da existência de uma banda chamada The White Stripes. Patricinhas brasileiras se jogam na pista, donas de casa australianas assobiam e a torcida da Itália vai ao delírio. A mente por trás dessa obra-prima transmoderna é Jack White, criador de uma banda indie que tomou o planeta com um som minimalista constituído basicamente pelo timbre de sua guitarra e pela genialidade de seus riffs. O mesmo White que trouxe frescor às sonoridades vigentes parece querer voltar no tempo com sua mais nova banda, The Dead Weather. O grupo faz em seu álbum de estréia, “Horehound”, o caminho oposto ao que vimos o líder do White Stripes traçar com tanto brilhantismo.


Antes que os indies comecem a atirar seus All Stars customizados em mim, explico. A estrada comumente percorrida por qualquer banda ordinária do planeta é começar chupinhando, sem dó nem piedade, o som de seus ídolos – as famosas “influências”. Parte-se do que se admira para então trilhar um caminho próprio, até que, então, algumas (poucas) bandas conseguem se libertar dessa herança musical e encontram um espaço fresco e criativo no panteão dos clássicos. Jack White pulou todas essas etapas com sua primeira grande banda, The White Stripes. Confesso admirador de bandas dinossáuricas como Led Zepelin, White atualizou toda a mitologia musical dos anos 70 ao basear o som de seu grupo em riffs econômicos e brilhantes, uma estética vintage envernizada e uma constituição minimalista do grupo, contrariando as grandes formações de bandas setentistas que também davam a cada integrante a oportunidade de realizar solos intermináveis em uma única canção.


Era inevitável, porém, que Mr. White sentisse falta de trocar figuras e virtuoses com outros integrantes que não sua ex-mulher Meg, baterista propositalmente amadora e cúmplice do guitarrista nos álbuns da banda. Daí surgiu o segundo grande projeto do branquelo, The Raconteurs. Com uma formação mais clássica, White pode enfim expressar seus timbres com o respaldo de ótimos músicos, além de dividir composições.


Mas White pareceu precisar, cada vez mais, de uma aproximação maior das suas origens setentistas. E eis que chegamos ao The Dead Weather, grupo que não deve nada aos dinossauros do rock – mas também não acrescenta. Como qualquer banda em início de carreira, a TDW chupinha sem vergonha na cara as estruturas musicais roqueiras já consagradas, com direito a teclados solando e um vocal com timbre agudo o suficiente para duelar com guitarras e teclas. Se colocar um vocal feminino, a princípio, parecia uma inovação na carreira de White, acostumado a comandar Meg no grupo anterior e que agora teria à frente da banda justamente uma mulher, na segunda audição do disco apenas confirma uma tentativa frustrada de achar um timbre parecido ao de Robert Plant.


60 Feet Tall”, canção blueseira que abre o álbum, já mostra muito do potencial retrô do grupo, que será explorado em músicas como “Treat Me Like Your Mother”, “New Pony” e “Will that be enough water”, e em outras veias como o reggae “I Cut Like a Buffalo” e as “Rocking Horse” e “3 Birds”, perfeitas trilhas sonoras de um longa do Tarantino - o que, convenhamos, nos dias de hoje soa tão clichê como imitar o Led Zeppelin.


A virtuose dos músicos e a qualidade do trabalho, no entanto, satisfazem e bem o ouvido de um depredador à procura de bons sons. Há destaques como “So Far From Your Weapon”, que derrete nos ouvidos, e “Bone House”, demonstração de como ainda há terrenos de timbres nervosos a serem explorados por Jack White. Além disso, há boas canções rock como “Hang You up from the Heavens” e “No Hassle Night”. Podemos dizer que há boa música, mas não há muito de nova música aí. Dependendo da sede do ouvinte, pode ser água o suficiente. Ou não.



Download:
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sexta-feira, 24 de julho de 2009

:: Seguro como Leite ::


CAPTAIN BEEFHEART
Safe as Milk

Talvez hoje a fotografia na capa, na qual o capitão e sua tripulação aparecem muito conservadores, não pareça revolucionária, mas em 1965-66, enquanto o R&B britânico era a tendência oficial dos circuitos underground dos EUA e "Beatles" e "Tamla" eram as palavras que dominavam a programação radiofônica, Safe As Milk era um disco obrigatório para o público mais sofisticado.

Contra todas as previsões, a combinação da produção pop de Krasnow e Perry e a visão do inimitável Beefheart resultou numa tempestade. O capitão não perdia de vista o êxito comercial e encarregou o baixista e compositor Herb Bermann de fazer o arranjo musical de algumas melodias, enquanto Ry Cooder adicionou alguns arranjos e também a sua slide guitar. O vibrafonista de jazz Milt Jackson e os fabulosos alicerces dos Magic Band - Alex St Clair e John French - rematavam o núcleo instrumental desta combinação experimental de blues, jazz, psicodelismo, R&B e folk-rock tradicional dos meados de 1960.

Neste disco abundam maravilhas, desde o encanto infantil de "Yellow Brick Road" ao sarcasmo de "Dropout Boogie". "I'm Glad" é puro soul, "Autumn's Child" uma ambiciosa sinfonia ácida e "Electricity" um clássico interpretado com uma nova energia. No âmago de tudo isto, o acento blues na voz de Beefheart desperta poesias surrealistas. O álbum resultante é um híbrido equilibrado que caiu na boa graça das emissoras de rádio e dá algumas pistas sobre o que estava para chegar: Trout Mask Replica. --- 1.001 DISCOS PARA OUVIR ANTES DE MORRER.


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sexta-feira, 17 de julho de 2009

Proletários, punks e bem comportados



THE OFFSPRING
- por Francine Micheli -


Certas bandas têm um papel definido na vida da gente: o mesmo papel que aquele amigo seu de infância tem.

É o amigo que te conhece desde quando você nem tinha peito - ou pinto - crescido, que te acompanhou pela adolescência e pelos ataques de rebeldia infundamentada, pelos amores eternos de dois dias e também esteve do seu lado enquanto outros amigos iam e vinham.

O amigo que era o melhor de todos e depois foi se afastando, abandonando o cargo de parceiro pra tudo, mas que nem por isso saiu do seu caminho, sempre aparecendo pra dar um alozinho, ou ligando pra perguntar como estavam as coisas. Ele sempre faz questão de se fazer presente, seja no seu aniversário - porque catolicamente você sempre o convida - ou naquelas horas que a gente precisa botar os bofes pra fora.

Ouvindo "Rise and Fall, Rage and Grace" o último e ótimo do Offspring é possível que alguns sintam a banda dessa forma: como um amigo de infância que apareceu depois de muito tempo com filhos e esposa, mas com a mesma carinha de menino dizendo que está com saudade. Ele bate na porta da sua casa pra te dar um abraço e apresentar sua nova vida.

Em meia hora de conversa você percebe o quanto ele mudou e o quanto ele ainda é o mesmo. Talvez por causa daquele sorriso que você conhece tão bem ou por causa das manias que parecem nunca ir embora, te deixando intrigado e ao mesmo tempo emocionado por ter ali uma parte da sua vida passada que ainda faz uma puta diferença.

Quando ouvi "Rise and Fall", a primeira faixa do disco, lá estava eu com 14 anos de novo, pulando no meu quarto planejando pintar o cabelo de azul. A sensação veio mais forte quando começou "You gonna go far, Kid", dilacerante no mais puro estilo do clássico e brilhante "Smash", de 1994.

Dexter Holland ainda destrói meu coração quando canta e, além de ter uma voz absolutamente única, é o tal do meu melhor amigo de infância, ainda com o mesmo timbre e as mesmas letras azedas prontas pra te fazer sacudir a cabeça e cantar até ficar rouco no meio da casa.

Mas aí, vem "Kristy, are you doing ok?" e "Fix you". Foi então que eu percebi que o meu amigo tinha realmente se casado, tido filhos e um emprego estável. De certa forma, meu amigo não era mais o mesmo. Mesmo. Tinha se tornado bem comportado, arrumadinho, cheiroso e politicamente correto.

Da mesma forma, The Offspring está bem mais comportado, definitivamente, e não vale a pena entrar em questões como marketing, porque essa parte é bastante chata e não vem ao caso.

Pra dizer a verdade, eu sempre espero das bandas - não só do Offspring - que elas me tragam cds como Smash, um dos melhores sempre. Ou até como o Dookie - do Green Day, outro da lista de paixões devastadoras.

Melancolias a parte, não dá pra esperar que seu amigo de 15 anos atrás ainda esteja se vestindo de calça rasgada, bebendo até cair e rindo da vida à toa. Tudo muda.

As bandas favoritas são como esses amigos aí. Eles mudam, mas você não se atreve a falar mal porque o sentimento aí no meio é verdadeiro demais pra isso.

E Offspring é um desses melhores amigos de infância, agora de terno e gravata.

E All Star no pé.

DOWNLOAD AQUI

quinta-feira, 16 de julho de 2009

:: Ella! ::


ELLA FITZGERALD

por Arthur Nestrovski
(Folha de S. Paulo, 13/3/99)


"Get happy!" - nem sempre é tão fácil. A alegria é uma forma de sabedoria: toda alegria é sábia, mas nem toda sabedoria é alegre, e, se uma já é difícil, imagine-se a outra. Alegria e sabedoria se cruzam, imprevistamente, na voz dessa mulher, capaz de fazer qualquer um feliz, ou pelo menos mais feliz, se não mais sábio.

Seu nome não podia ser mais apropriado: Ella. Uma voz como essa, com todas as metamorfoses para cima e para baixo de três oitavas, escapa a qualquer definição. Toda palavra, afinal, é uma generalização, a média do significado. Mas uma voz - qualquer voz, e essa de modo mais marcante que as outras - é o que existe de mais específico no mundo: seu sentido não pode ser traduzido, embora seja muito bem compreendido. É a voz dela. Não tem descrição, mas tem nome: Ella.

Não é um acidente, então, que Ella Fitzgerald (1917-96) seja nossa maior intérprete de canções de amor. O que há de repetitivo nessas músicas, nessas letras, torna-se específico como nunca, peloa força da voz e pela inteligência da paixão. Talvez não haja outro modo mais imediato de alimentar a presença do afeto fora do próprio afeto senão nessas palavras tão engenhosamente simples e nessas melodias tão simplesmente engenhosas, que a voz dela faz flutuar no ar. Só ar no ar, afinal: que mistério é a música...

Assim como os terrores do amor não estão nunca completamente ausentes de uma alma que já se apaixonou antes, também as sombras de um passado vivido e de um futuro imprevisível cercam as canções, mesmo ali onde menos se espera. As inúmeras façanhas de scat-singing, que Ella exibe como se tivesse virado um trompete humano, ou sobre-humano, não deixam de fazer escutar um lamento entre as notas que, por sua vez, deixa escutar o quanto não foi vivido e vencido para chegar até aqui..."
* * * * *
Disponibilizamos abaixo um ótimo ponto de partida para quem quer começar a se aventurar no Universo Ella: 2 CDs dElla cantando clássicos de Cole Porter. Como diz a AMG, "a striking two-CD set featuring arguably history's finest jazz singer singing some of the best-written American pop standards on one of jazz's most prolific labels." Essencial!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

:: Ratos de Porão ::


DNA do hardcore
- Bernardo Santana –

Na esteira oportunista das parcas exibições no Rio e em SP do documentário-monstro Guidable – A Verdadeira História do Ratos de Porão, o D.O. aproveita pra “deixar a disposição” o último disco de estúdios dos caras, Homem Inimigo do Homem. Talvez seja aí um pouco de deslumbre (palavra definitivamente errada pra falar de Ratos…), mas é sempre bom dizer alto pra todo mundo o que se tem convicção-plena-por-duas-semanas: melhor banda do Brasil. De qualquer época. E de longe.

Jão é o melhor guitarrista que já pisou em solo tupinica. Gordo canta mais que qualquer Nelson Gonçalvez da vida. Boca trucida João Barone e Iggor Cavallerah (ou seja lá como se escreve isso hoje) juntos. E Juninho é o baixista novato mais preza que existe. Não precisa nem contar os quase trinta anos de som pesado, fodido, terceiro-mundista e algumas vezes impagável que os caras carregam na corcunda punk pra chegar a conclusão mais uma vez que brasileiro não entende nada de banda brasileira.

HIDH já começa com Pedofilia de Plantão, que… puta merda, melhor publicar a letra:

Catequese de ódio dentro de mim
Inquisição de merda vem vindo ai

Habemus papam senil macacada

Pedofilia santa dogmas da utopia

Sagrada hipocrisia não tem mais fim

Geriatria é fogo no estopim

Bomba moral na igreja desgraçada

O Bento te convida pra orgia na sacristia


Desacreditei

Nunca concordei

Não me emocionei

Desconectei


A sociologia tenta explicar

Toda antipatia em dose cavalar

Parâmetros sem nexo prometo estudar

Um jovem coroinha pelado no altar


Letra retardada regurgitada a quatrocentos e oitenta e sete kilômetros por segundo. Ninguém precisa que mais que isso pra viver a vida, mano… Temos Expresso da Escravidão pra substituir qualquer reportagem chorenta do Caco Barcelos. O Equivocado pra quando você se sentir o revoltado com o mundo (seu bosta). Homem Inimigo do Homem pra não ter que ouvir seu camarada falar da genialidade de Matrix pela 43ª vez. Quem Te Viu… pra ter assunto na rodinha da política. Enfim, lição de vida hardcore em 12 murros na sua cara.

Pois é, nada de ouvir na pegada adulta que não vai fazer sentido nenhum. Agora se você muitas vezes sente que o mundo é uma roda de pogo daquelas mais encruadas, descendo o cacete nas suas boas intenções, vai que vai! E se nunca tinha parado pra prestar atenção e gostar do que ouvir, pode ficar contente que igual a essa os caras têm mais umas quatro ou cinco obras-primas. E tenho dito.

DOWNLOAD: 47 Mb - 12 faixas

sexta-feira, 10 de julho de 2009

:: o começo do r.e.m. ::

R.E.M.

"MURMUR"
por Carlos Eduardo Lima

(Discoteca Básica Rock Press - ano v, #24)


Estamos caminhando pelas alamedas da Universidade de Georgia. É o fim da década de 70, mais precisamente o ano de 1978. Michael Stipe sai apressado de uma de suas aulas do curso de pintura e fotografia. Hoje ele pretende comprar alguns discos na cidade. Após revirar as prateleiras da Wustry Records, em Athens, sua cidade natal, atrás de coisas como Television, Patti Smith, Velvet Underground e Sex Pistols, Stipe é atendido por um vendedor com cara de nerd. O cara gostava das mesmas coisas que ele e dali eles trocaram telefones e endereços.

Michael Stipe e o vendedor (e guitarrista amador) Peter Buck formaram neste dia a medula óssea do R.E.M. Dias depois conheceram a outra metade da vindoura banda, Bill Berry e Mike Mills, numa festa e formaram de fato o grupo. Ensaiaram durante dois anos até o primeiro show, realizado em uma igreja nos arredores de Athens. A partir daí, o R.E.M. (sigla de rapid eye movement, nome dado ao movimento dos globos oculares durante os sonhos) passou a frequentar o circuito alternativo da cidade e dos arredores, tocando em todos os lugares possíveis.

Nesta via crúcis, comum a todas as bandas iniciantes, o R.E.M. tocava suas primeiras composições, mas também atendia às solicitações das platéias, que poderiam varias de "Anarchy In The UK" dos Pistols a "All I Have To Do Is Dream", dos Everly Brothers. No ano seguinte, eles resolvem gastar suas economias na produção de um single, "Radio Free Europe", que disparou nas paradas independentes, chegando a ser considerado o single do ano pelo jornal Village Voice.

De volta ao circuito de shows, passaram a ser observados pelos executivos de selos indepentes, entre eles o dono da IRS, Miles Copeland, que ficou tão impressionado com a performance de Stipe e cia que assinou com eles ali mesmo, no camarim. Copeland bancaria a distribuição do recém-lançado EP Chronic Town e colocaria os rapazes em estúdio imediatamente. Assim foi feito. Murmur foi gravado em janeiro de 1983 no estúdio Reflection, em Charlotte, na Carolina do Norte, sob a batuta de Don Dixon e Mitch Easter, o mesmo produtor de Chronic Town.

Poucas vezes uma banda foi tão bem sucedida em uma estréia. Não que Murmur seja de fato o debut do R.E.M. em disco, mas certamente foi seu primeiro LP (lembram-se dessa sigla?). O crossover de folk, new wave e atitude punk desceu redondo nas gargantas alternativas. Bill Berry tinha o polimento dos bateristas new wave, econômico e eficaz; Mills, o homem do baixo, faz de seu instrumento uma espécie de violão mais grave, enquanto Buck conseguia um mix de Roger McGuinn (ex-Byrds) e Alex Chilton (ex-Box Tops e Big Star), com jeito de Neil Young. Stipe já destilava seu quase incompreensível sotaque sulista, chegando a soar quase ininteligível em alguns momentos.

Como se não bastasse esse background sonoro, as letras de Stipe eram inteligentes o bastante para fundir latim, citações da mitologia grega, em "Talking About the Passion", e libelos anti-conformistas, como a própria "Radio Free Europe", sobre famosa rádio aliada que transmitia mensagens anti-nazismo e, posteriormente, anti-comunismo na Europa dos anos 40.

Miles Copeland gostou tanto do resultado que chamou seu irmão, um certo baterista de nome Stewart Copeland, para assistir um de seus shows. O sujeito ficou tão impressionado que levou os novatos para abrirem as apresentações de sua própria banda, um certo trio chamado The Police, nos EUA.

Murmur acabou sendo, pelos motivos certos, um divisor de águas no som jovem americano, além de ter sido o marco zero do que se convencionou chamar de "rock alternativo", "college rock" e afins.

'Murmur' [1983] (63 MB - 192 kps):
http://www.mediafire.com/?myztwm2nw2w

* * * * * *

"RECKONING"
por Matt LeMay
(Pitchforkmedia, Julho de 2009)

It may be R.E.M.'s insistence upon operating as a fully democratic entity that has allowed them to shapeshift so completely and convincingly. Whether crafting a subdued folk song or an over-the-top glam rock stomper, R.E.M. have always embraced their chosen approach completely, even if it means former drummer Bill Berry laying low for an acoustic number or singer Michael Stipe handing off a lead vocal to bassist Mike Mills. On their sophomore LP, Reckoning, those polymorphous tendencies find root as palpable, electrifying, yet-unexplored potential. (...) Reckoning couples the energy of Murmur with the experience of a group that has spent a few years touring and recording, documenting that crucial moment when a band's ideas and ambitions are overtaken by the unique chemistry of its players.

Many of the best songs on Reckoning follow the formula set forth on this debut track: a methodical verse followed by a sly turnaround into a cathartic chorus. Bill Berry's drum parts are at times virtually indistinguishable from song to song, and Michael Stipe tends to sing verses and choruses in the same respective registers. But Reckoning is far from formulaic-- instead, it is host to a kind of determined minimalism, each song building via subtle variations in performance and instrumentation. "Discipline" is not a word that gets thrown around a lot when discussing rock music, but it is key to Reckoning's success.

Case in point: As with countless songs written before and after it, "So. Central Rain" takes up the simple phrase "I'm sorry" as its chorus. But the combination of Stipe's strong-yet-unmistakably-fragile voice, Berry's nervous drumming, and the melodic interplay of Mills' bass and Peter Buck's guitar imbue these well-worn words with remarkable force and meaning. For all the arty, pretentious gestures the band was given to, Reckoning shows that they were not afraid to embrace the universal, to transfigure clichés rather than ham-fistedly avoiding them (see also "Everybody Hurts").

As with its predecessor, Reckoning finds R.E.M. touching upon different styles while working within a fairly consistent aesthetic. The latter half veers a bit towards Americana, without sacrificing any of the momentum built over the album's stunning opening tracks. Slight embellishments go a long way towards highlighting the band's versatility-- a propulsive piano line in "(Don't Go Back to) Rockville" elevates the homespun whimsy of Stipe's voice, and hand percussion on "Time After Time (Annelise)" hints at the more understated turn the band would take with Fables of the Reconstruction.

Declaring Reckoning to be R.E.M.'s "best" album sells short just how many different kinds of great albums R.E.M. have released. But, more so than any other R.E.M. record, Reckoning is unified and energized by the very restlessness that has driven the band to explore so many different ideas and identities. It is this paradoxical engine of transparency and mystery that has made the band so unique, regardless of the particular approach they choose to take for a given record. Any way you look at it, this is R.E.M.

'Reckoning' [1984] (57 MB - 192 kps):
http://www.mediafire.com/?hhnytyyt3zt

quarta-feira, 8 de julho de 2009

:: Chris Joss ::


Manual de uma festinha moderna
– Por Marco Souza –

Aqueles que acompanham o sensacional Blog do Nirso já devem conhecer essa nova pérola de 2009. Para os que não acompanham (comecem a acessar ) apresento aqui o último trabalho de Chris Joss: Sticks, um instrumental funkjazzeado tirado dos anos 60 e 70. 

O francês em questão é um produtor-multinstrumentista-autodidata que montou esse ótimo disco, ideal para colocar naquela festinha bacanuda em sua casa. O LP abre com bateria, baixo, orgão e cítara(!) num clima lounge relax, que é quebrado por um refrão muito bem ritmado e demasiado grudento. A faixa "Little Nature" se mantém com sutis solos de guitarra e baixo, além de suaves vocais. Perfeita composição pra receber a galera.

Em "Surrounded" o orgão Hammond queima solto a lá Mr. Medeski. Incersões de flauta e solos de guitarra constrõem essa trilha, que irá fazer todos mexerem os quadris, ou no mínimo a cabeça.

É recomendado um LSD para os convidados entrarem no clima de psicodélia moderna-retro(-caipira?) de "Charmer". Tudo no melhor timbre acústico de violão. As palminhas começarão a tomar conta da festança em "Danger Buds" com os outros clichês sonoros (muito bem empregados) de pianos e sax.

Um dos fortes de Chriss Joss são as excelentes linhas e timbres de baixo, que carregados de swingue dão o tom no álbum inteiro e em "Rififi Rococco" elas têm o seu ápice. Em contraponto a cítara novamente dá um tom oriental e distinto a todo o conjunto, mas sem perder o caráter dançante. Chega a hora da vitamina rápida "Root Juice" pra ninguém perder o pique.

No ponto alto da festa tem de se manter a diversidade, num ambiente mais intimista em que são adicionados pequenos ruídos não pelo estranhamento, mas pra tudo ficar perfeito. Clima de meia luz deve acompanhar o misterioso funk-sci-fi "Melisma Mercury". Depois disso a segunda parte começa.

Para aqueles ainda empolgados recomeçamos com "Night Scare" que, a partir de baixo acústico e bateria, gradativamente traz o pessoal de volta à quebradeira sonora. No clímax, quem não dançou vai dançar, e quem já dançou vai quebrar tudo. Cuidado.

Hora de baixar o tom, se acomodar no sofá e ter um descanso merecido com "Tune Down". Com todo mundo levemente recuperado chega o momento de cantar junto os "uás" e "dadas" da contagiante "Zingy Twangs", para a empolgação não acabar. Seguindo deve-se utilizar uma faixa tranquila, de preferência uma versão leve do que tocou, "A Soft Reprise", pra cada um aproveitar sua viagem de forma tranquila, uns bêbados, outros apagados.

"Tea Age Sea" é servido no fim. Aqui não temos a empolgação da festa, mas uma precisa faixa de despedida, mais lenta e comedida, porém com o todo o groove, além da cítara, que marca o disco. Pra quem quiser manter a festa, sempre existe o botão repeat.

DOWNLOAD: 61 Mb - 12 Faixas

*imagens tiradas do clipe de "Danger Buds"

sábado, 4 de julho de 2009

:: os primórdios da Sub Pop ::


:: VÁRIOS ARTISTAS - Sub Pop 200 (1988) ::

Seattle fuckin' rocks! Coletinha firmezura e histórica que oferece um passeio panorâmico por 20 bandas que estiveram debaixo do guarda-chuva da Sub Pop antes do estouro do grunge. Hoje em dia, em que já é ultra-reconhecido o papel seminal que a gravadora teve para o rock independente americano daqueles frutíferos tempos, poucos conhecem como eram as gravações e as barulheiras nos primórdios da cena. Criada por Jonathan Poneman e Bruce Pavitt, verdadeiros "kings of the scene" na cidade natal de Jimi Hendrix na época da ebulição grungy, a Sup Pop reunia, já no fim dos anos 80, praticamente todas as bandas fodásticas da região. A coleta bacanuda que agora disponibilizamos traz algumas bandas que depois se tornariam grandes (Nirvana, Soundgarden, Mudhoney, Screaming Trees), mas o grosso do material é de bandas underground que nunca atingiram a fama, apesar de terem gravado material de primeira e contribuído para fermentar um movimento musical que viria a marcar os anos 90 como poucos. Para saber mais a respeito, a melhor pedida é o documentário Hype!, do qual postamos um trechinho you-tubado abaixo. Nóóóise!

TRACKLIST: 1. Tad - Sex God Missy (4:27) / 2. The Fluid - Is It Day I'm Seeing? (2:56) / 3. Nirvana - Spank Thru (3:22) / 4. Steven Jesse Bernstein - Come Out Tonight (2:43) / 5. Mudhoney - The Rose (4:04) / 6. The Walkabouts - Got No Chains (5:37) / 7. Terry Lee Hale - Dead Is Dead (3:33) / 8. Soundgarden - Sub Pop Rock City (3:15) / 9. Green River - Hangin' Tree (4:14) / 10. Fastbacks - Swallow My Pride (3:02) / 11. Blood Circus - The Outback (3:39) / 12. Swallow - Zoo (3:10) / 13. The Chemistry Set - Underground (4:42) / 14. Girl Trouble - Gonna Find a Cave (2:53) / 15. Nights and Days - Split (2:22) / 16. Cat Butt - Big Cigar (3:28) / 17. Beat Happening - Pajama Party in a Haunted Hive (3:57) / 18. Screaming Trees - Love or Confusion (3:21) / 19. Steve Fisk - [Untitled Track] (3:09) / 20. The Thrown Ups - You Lost It (3:11).

DOWNLOAD (192kps - 96 MB):
http://www.mediafire.com/?yzmzmmtrzmy

quinta-feira, 2 de julho de 2009