quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

"Mãos para o alto, R$3,20 é um assalto!" - Relembrando Junho de 2013 com Marilena Chauí e o documentário "Sob 20 centavos"

Avenida Paulista, 17 de Junho de 2013
Marilena Chauí (filósofa brasileira):

"Eu atribuo as manifestações atuais àquilo que chamo de INFERNO URBANO. Ou seja, 1) o fato de que as EMPREITEIRAS tiveram PASSE LIVRE para fazer a explosão demográfica das cidades por meio dos condomínios (horizontais e verticais) e shopping centers; 2) o fato de que as empresas de transporte tiveram PASSE LIVRE para manter linhas longas e custosas, que dão lucro para elas mas prejudicam a população, com frotas velhas e defasadas, incapazes de responder às necessidades da população e com preços escorchantes... um transporte indigno, indecente, mortífero!; 3) E as montadoras tiveram PASSE LIVRE para a explosão do AUTOMÓVEL INDIVIDUAL... 

Então você tem uma cidade marcada por condomínios, shopping centers, veículos individuais em uma quantidade absurda, e a aberração que é nosso transporte público... Estavam criadas condições para que, num dado instante, isto explodisse, e as manifestações foram uma expressão do que a gente vive no inferno urbano..."

Leia também: "Anatomia do Movimento Passe Livre", por Lincoln Secco

"A militarização da polícia foi OBRA DA DITADURA, ou seja, de quando se instalou o TERROR DE ESTADO no Brasil, isto é, toda a violência terrorista do Estado com as prisões, torturas, mortes, desaparecimentos e censura do pensamento e da palavra - operações que foram financiadas pela burguesia brasileira. O que se fez foi DAR À POLÍCIA uma estrutura do tipo que tem o EXÉRCITO. Ora, um exército está encarregado daquilo que se convencionou chamar de INIMIGO EXTERNO. A polícia, organizada como um exército, ficava então encarregada de lidar com o que, inspirados pelo Departamento de Estado dos EUA, chamaram de INIMIGO INTERNO - e o inimigo interno... é a ESQUERDA. 

Esta polícia militarizada e esta estruturação do sistema político partidário - que durante muitos anos formaram um ENTULHO AUTORITÁRIO - tinham que ter sido DESFEITAS para que você pudesse efetivamente DEMOCRATIZAR o Brasil. Do mesmo modo que é urgente a REFORMA POLÍTICA que desmonte a estrutura que a Ditadura propôs, é preciso destruir a organização militarizada da polícia..."

Marilena Chauí 
No Doc. "Sob R$ 0,20"
Sampa, 17 de Junho de 2013





SOB R$0,20 
(Brasil, 2013, 43 min.)

Produção: MUDA - Movimento Urbano de Diálogo Audiovisual

"Como nasceram as manifestações de junho de 2013? Que raízes sociais e políticas estão por trás da forma que se instalou nosso sistema de transporte nesse país? Em que contexto foi criada a polícia militar que, em situações como esta, trata a população como inimiga? Como a mídia tentou se apoderar e pautar essas manifestações? E finalmente: é possível a tarifa zero? O filme contou com entrevistas de diversos manifestantes, membros do Movimento Passe Livre, Lúcio Gregori (Ex-Secretário de Transportes de São Paulo), Marilena Chauí (Filósofa e Professora da USP), Marcelo Feller (Jurista), dentre outros."

Saiba mais:

Muda - Movimento Urbano de Diálogo Audiovisual:

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Michael Löwy oferece um balanço social, ecológico e político do Movimento Passe Livre!

Protesto do movimento Passe Livre, na Rodoviária Central de Brasília, em 19 de Junho de 2013, pedindo tarifa zero para o transporte público e criticando os gastos públicos com a Copa da FIFA. Fotógrafo: Dida Sampaio / Estadão.






Michael Löwy:

"Como todos sabem, foi a luta do Movimento Passe Livre (MPL), movimento a favor dos transportes públicos gratuitos e mobilizado contra o aumento da passagem do ônibus, que desencadeou a ampla e impressionante mobilização popular no Brasil em junho passado, colocando centenas de milhares de pessoas, se não milhões, nas ruas das principais cidades do país. Quais lições podemos tirar dessa experiência e qual é o alcance social, ecológico e político da luta pelo transporte gratuito?

O MPL foi criado em janeiro de 2005, por ocasião do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, como uma rede federativa de coletivos locais. Esses coletivos já existiam havia alguns anos e haviam travado lutas importantes, como a de Salvador, em 2003, contra o aumento da passagem de ônibus. A carta de princípios do MPL (revista e completada em 2007 e 2013) define o movimento como “um movimento horizontal, autônomo, independente, não partidário, mas não antipartidos”.

A horizontalidade é, sem dúvida, a expressão de um modo de proceder libertário, que desconfia das estruturas e das instituições “verticais” e “centralizadas”. A autonomia em relação aos partidos significa a recusa de ser instrumentalizado por estes últimos, mas o movimento não rejeita a colaboração e a ação comum com organizações políticas, em especial da esquerda radical. Assim, coopera com associações de bairros populares, movimentos pelo direito à moradia, redes de luta pela saúde e certos sindicatos (metroviários, professores). Vê no transporte gratuito não um fim em si, mas “um meio para a construção de uma sociedade diferente”.



Pequena, a rede nunca passou de algumas centenas de militantes, enraizados primeiro nas escolas de ensino médio e mais tarde em certos bairros populares. De sensibilidade anticapitalista libertária, os ativistas têm diferentes origens políticas: trotskistas, anarquistas, altermundialistas, neozapatistas; com uma pontinha de humor, alguns se definem como “anarcomarxistas punks”. 

Em novembro de 2013, graças ao apoio financeiro da filial brasileira da Fundação Rosa Luxemburgo, o MPL realizou pela primeira vez desde sua criação uma Conferência Nacional em Brasília, com a participação 150 delegados, representando 14 coletivos locais. Algumas resoluções foram adotadas, por consenso, e um grupo de trabalho, composto por representantes dos coletivos, foi encarregado de coordenar as iniciativas, respeitando a autonomia local e a “horizontalidade”. (Obtivemos essas informações graças a dois encontros com militantes do MPL em São Paulo, em novembro de 2013.)

O método da luta do MPL também tem inspiração libertária: a ação direta na rua, frequentemente lúdica e “isolante”, ao invés da “negociação” ou do “diálogo” com as autoridades. Os militantes não fetichizam nem a violência nem a não violência; uma de suas ações típicas é o bloqueio de ruas, ao som de música, ateando fogo a pneus e “catracas”. O símbolo do MPL é uma catraca em fogo… Devo lembrar que o transporte comum, que originalmente era um serviço público, foi privatizado em todas as cidades do país, e é de responsabilidade de empresas capitalistas de hábitos mafiosos. No entanto, os prefeitos das cidades têm o controle dos preços das passagens.

A inteligência tática do MPL foi ter estabelecido, em primeiro lugar, um objetivo concreto e imediato: contra o aumento das passagens decidido pelas autoridades locais nas principais cidades do país, tanto as administradas pela centro-direita quanto pela centro-esquerda (o PT, que se tornou social-liberal). Rejeitando os argumentos pretensamente “técnicos” e “racionais” das autoridades, o MPL mobilizou milhares de manifestantes, duramente reprimidos pela polícia. Esses manifestantes se transformaram em dezenas de milhares e, depois, em milhões (à custa, é verdade, de certa diluição política), e os poderes locais foram obrigados a, precipitadamente, revogar os aumentos. Primeira lição importante: a luta compensa, é possível ganhar e dobrar as autoridades “responsáveis”!

Ao mesmo tempo que travava esse combate prático e urgente, o MPL não deixou um só instante de agitar seu objetivo estratégico: tarifa zero, transporte público gratuito. Para isso, observa a Carte de Princípios, é necessário “retirar o transporte comum do setor privado, pondo-o sob o controle dos trabalhadores e da população”. É o que os militantes do MPL denominam “perspectiva classista” do seu combate. Trata-se de uma exigência de justiça social elementar: o preço do transporte é proibitivo para as camadas mais pobres da população, que vivem na periferia degradada das grandes cidades e dependem dos transportes comuns para trabalhar ou estudar. Essa é uma reivindicação que interessa diretamente aos jovens, aos trabalhadores, às mulheres, aos moradores das favelas, isto é, à grande maioria da população urbana.

Mas a tarifa zero é também uma demanda profundamente subversiva e antissistêmica, dentro do espírito do que poderíamos chamar de método do programa de transição. Como observa a Carta de Princípios do MPL, “nossas demandas ultrapassam os limites do capitalismo e põem em questão a ordem existente”. Ela é um belo exemplo do que o filósofo marxista Ernst Bloch chamava de uma utopia concreta. É claro que há cidades, tanto no Brasil como na Europa, em que essa proposta pode ser realizada. Numerosos estudos especializados demonstraram que é perfeitamente possível colocá-la em prática sem sobrecarregar o orçamento das administrações locais. A verdade, no entanto, é que a gratuidade é um princípio revolucionário, que vai ao arrepio da lógica capitalista, pela qual tudo deve ser mercadoria; portanto, é um conceito intolerável, inaceitável e absurdo para a racionalidade mercantil do sistema. Ainda mais que, como propõe o MPL, a gratuidade dos transportes é um precedente que pode abrir o caminho para a gratuidade de outros serviços públicos, como educação, saúde etc. De fato, a gratuidade é a prefiguração de uma sociedade diferente, baseada em valores e regras diferentes daquelas do mercado e do lucro capitalistas. Daí a resistência obstinada das “autoridades”, sejam elas conservadoras, neoliberais, “reformadoras”, centristas ou sociais-liberais.

Há ainda outra dimensão da reivindicação do transporte gratuito, que por enquanto não foi suficientemente alegada pelo MPL (mas começa a ser levada em consideração): o aspecto ecológico. O sistema atual, totalmente irracional, de desenvolvimento ilimitado do carro individual, é um desastre tanto do ponto de vista da saúde dos habitantes das grandes cidades – milhares de mortes são causadas pela poluição do ar, diretamente provocada pelo escapamento dos veículos – quanto do ponto de vista do meio ambiente. Como se sabe, o carro é um dos principais emissores de gás de efeito estufa, responsável pela catástrofe ecológica que são as mudanças climáticas. O carro é, desde o fordismo até hoje, a principal mercadoria do sistema capitalista mundial; consequentemente, as cidades são inteiramente organizadas em função da circulação automobilística. Ora, todos os estudos mostram que um sistema de transportes coletivos eficaz, extenso e gratuito, permitiria uma redução significativa do uso do carro individual. O que está em jogo não é somente a tarifa do ônibus ou do metrô, mas outro modo de vida urbana, simplesmente outro modo de vida.

Em resumo, a luta pelo transporte público gratuito é ao mesmo tempo uma luta pela justiça social, pelo interesse material dos jovens e dos trabalhadores, pelo princípio da gratuidade, pela saúde pública, pela defesa dos equilíbrios ecológicos. Ela permite formar amplas coalizões e abrir brechas na irracionalidade do sistema mercantil. Nós temos muito que aprender com o MPL…

Via Blog da Boitempo Editorial:






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Confira também as imagens que o Depredando colheu da luta em Goiânia:


quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Vladimir Safatle será candidato a governador de SP em 2014 pelo PSOL - Leia trechos de seu livro "A Esquerda Que Não Teme Dizer Seu Nome"



O filósofo Vladimir Safatle será candidato a governador de São Paulo nas eleições de 2014 pelo PSOL - Partido Socialismo e Liberdade. Reproduzimos do blog A Casa de Vidro [http://www.acasadevidro.com] alguns trechos de "A Esquerda Que Não Teme Dizer Seu Nome", publicado por Safatle em 2012:



“Somos obrigados a ouvir compulsivamente que ‘a divisão esquerda/direita não faz mais sentido’. Essa conversa é utilizada para fornecer a impressão de que nenhuma ruptura radical está na pauta do campo político, ou de que não há mais nada a esperar da política a não ser discussões sobre a melhor maneira de administrar o modelo socioeconômico hegemônico nas sociedades ocidentais. (…) A função atual da esquerda é, por isso, mostrar que tal esvaziamento deliberado do campo político é feito para nos resignarmos ao pior, ou seja, para nos resignarmos a um modelo de vida social que há muito deveria ter sido ultrapassado e que evidencia sinais de profundo esgotamento.” 
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“A política é, em seu fundamento, a decisão a respeito do que será visto como inegociável. (…) Este livro pretende falar, pois, do inegociável, isto é, a primeira coisa que a esquerda esquece quando assume o governo e começa a ficar fascinada por ser recebida em casas de escroques na Riviera Francesa, por ser convidada para vernissages de publicitários travestidos de artistas plásticos e por começar a ler mais sobre vinhos caros do que sobre a alienação do trabalho nas linhas de montagem da Ford.”
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“Com o governo Lula (2003-2010), continuamos obrigados a conviver com o bloqueio reiterado da reconstrução dos fundamentos gerais do campo do político, como se a imersão na “pior política” fosse uma fatalidade intransponível. A despeito de sua capacidade de colocar a questão social enfim no centro do embate político e de compreender o necessário caráter indutor do Estado brasileiro no nosso desenvolvimento socioeconômico, o governo Lula será lembrado, no plano político, por sua incapacidade de sair dos impasses de nosso presidencialismo de coalizão. Como se a governamentabilidade justificasse a acomodação final da esquerda nacional a uma semidemocracia imobilista, de baixa participação popular direta e com eleições que só se ganha mobilizando, de maneira espúria, a força financeira com seus corruptores de sempre.” 
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“Talvez a posição atual mais decisiva do pensamento de esquerda seja a defesa radical do igualitarismo. Juntamente com a defesa da soberania popular, a defesa radial do igualitarismo fornece a pulsação fundamental do pensamento de esquerda. [...] A luta contra a desigualdade social e econômica é a principal luta política. Nossas sociedades capitalistas de mercado são ‘paradoxais’ por produzirem, ao mesmo tempo, aumento exponencial da riqueza e pauperização de largas camadas da população. Quebrar esse paradoxo é tarefa da política. Apenas um exemplo: enquanto o PIB dos EUA cresceu 36% entre 1973 e 1995, o salário-hora de não executivos (que são a maioria dos empregados) caiu 14%. No ano 2000, o salário real de não executivos nos Estados Unidos retornou ao que era há 50 anos. Dados como estes demonstram que, diante dos modelos liberais, ou seja, sem forte intervenção de políticas estatais de redistribuição, nossas sociedades tendem a entrar em situação de profunda fratura social por desenvolverem uma tendência radical de concentração de riquezas. 
Um exemplo do tipo de ação que uma defesa radical do igualitarismo pode produzir foi sugerido pelo candidato de uma coligação francesa de partidos de esquerda à eleição presidencial de 2012, Jean-Luc Mélenchon. Consiste na proposição de um “SALÁRIO MÁXIMO”, com um teto que impediria que a diferença entre o maior e o menor ganho fosse superior a 20 vezes. Em uma realidade social de generalização mundial das situações de desigualdade extrema, tais propostas trazem para o debate político a necessidade de institucionalização de políticas contra a desigualdade.” 
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“A democracia depende de um aprofundamento da transferência de poder para instâncias de decisão popular que podem e devem ser convocadas de maneira contínua. (…) Com o desenvolvimento das novas mídias, é cada vez mais viável, do ponto de vista material, certa “democracia digital” que permita a implementação constante de mecanismos de consulta popular. (…) O verdadeiro desafio democrático consiste em criar uma dinâmica plebiscitária de participação popular. 
Tal dinâmica é desacreditada pelo pensamento conservador, pois ele procura vender a ideia inacreditável de que o aumento da participação popular seria um risco à democracia – como se as formas atuais de representação fossem tudo o que podemos esperar da vida democrática. Contra essa política que tenta nos resignar às imperfeições da nossa democracia parlamentar, devemos dizer que a criatividade política em direção à realização da democracia apenas começou. Há muito ainda por vir.” 
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“Mesmo a tradição política liberal admite, ao menos desde John Locke, o direito que todo cidadão tem de se contrapor ao tirano, de lutar de todas as formas contra aquele que usurpa o poder e impõe um estado de terror, de censura, de suspensão das garantias de integridade social. Nessas situações, a democracia reconhece o direito à violência, já que toda ação contra um governo ilegal é uma ação legal. (…) Um dos princípios maiores que constitui a a tradição de modernização política da qual fazemos parte afirma que o direito fundamental de todo cidadão é o direito à rebelião e à resistência.” 
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“No fundo, essa é uma sociedade que tem medo da política e que gostaria de substituir a política pela polícia.” 
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“O plebiscito é simplesmente a essência fundamental de toda vida democrática. (…) Vale a pena lembrar que a noção de soberania popular implica transferência de poderes em direção à democracia direta. Um exemplo valioso são as declarações de guerra. Na época da Guerra do Afeganistão, enquanto a maioria da população era contrária à iniciativa, o Parlamento espanhol aprovou o envio de tropas àquele país. Ou seja, naquele momento o Parlamento da Espanha não representava o povo – o mesmo povo que morreria devido às consequências da decisão do Parlamento. Em situações como esta, a decisão deveria passar para a democracia direta.”

Saiba mais: 






segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

#SOSMaranhão: Um texto de Zeca Baleiro, um curta de Glauber Rocha, um doc de Andrea Tonacci...


Por Zeca Baleiro

Leio com assombro as notícias que chegam do Maranhão. Imagens e relatos dolorosos e repugnantes despejados em tempo real em sites, jornais e telejornais, escancarando a nossa vergonha e impotência diante de barbaridades que já extrapolam nossas fronteiras e repercutem mundo afora.

Como todos, estou pasmo. Mas nem tanto. Nasci no Maranhão e sei que a barbárie (a todos agora revelada de um modo talvez sem precedentes) já impera há anos na prática de seus governantes vitalícios, que agem como os velhos donos das capitanias hereditárias do passado.

Se o crime organizado neste momento dá as cartas e oprime o povo com ameaças e ações dignas dos mais perigosos terroristas, é porque há uma natural permissão -a impunidade crônica dos oligarcas senhores feudais, que comandam (?) o Estado com mãos de ferro há 47 anos (a minha idade exatamente) e que, ao longo desse tempo, vem cometendo atrocidades sem castigo, com igual maldade, típica dos grandes tiranos e ditadores.

Esses donos do poder maranhense (e nunca dantes a palavra “dono” foi empregada com tanta adequação como aqui e agora) são exemplo e espelho para que criminosos ajam sem nenhum medo da punição.

Pois a miséria extrema que assola o Estado há décadas, o analfabetismo estimulado pela sanha dos coiotes ávidos de votos, a cultura antiga de currais eleitorais, a corrupção mais descarada do mundo e o atentado ao patrimônio histórico de sua bela e triste capital são crimes tão hediondos quanto os cometidos no complexo penitenciário de Pedrinhas.

A diferença crucial é que, enquanto os bandidos que agora aterrorizam (e matam) a população aos olhos assustados da nação estão em presídios infectos e superlotados, os criminosos de colarinho branco (e terninho bege) habitam palácios.

No meio do caos, soa tão patética quanto simbólica a notícia veiculada dias atrás neste jornal sobre abertura de licitação para o abastecimento das residências oficiais da governadora.

A lista de compras é de um rigor e de uma opulência espantosos. Parece coisa da monarquia francesa nos dias que antecederam sua queda.

No presídio de Pedrinhas, cabeças são cortadas. Resta saber se, para além dos muros da prisão, alguém um dia irá para a guilhotina.


ZECA BALEIRO é cantor e compositor
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#SOSMaranhão toma conta das ruas de São Luís; veja fotos.


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Um curta de Glauber Rocha:


Um documentário de Andrea Tonacci

domingo, 12 de janeiro de 2014

Raridade: Rita Lee & Tutti Frutti ao vivo em 1976 [álbum completo]

Raridade da Rita [compartilhe no Facebook]:

Rita Lee & Tutti Frutti
Ao Vivo - Teatro Záccaro - São Paulo/1976

Turnê Entradas e Bandeiras

Playlist:

01. Bruxa Amarela 00:00
02. From The Beginning 03:21
03. 2001 08:30
04. Com a Boca No Mundo (Tico-Tico) 12:27
05. Rock and Roll, Hoochie Koo 16:50
06. Arrombou a Festa 20:02
07. Superstafa 25:05
08. Para Lennon e McCartney 29:15
09. Corista De Rock 32:29
10. Posso Contar Comigo 37:42
11. Drift Away 41:45
12. Ese Tal De Roque Enrow / Esse Tal De Roque Enrow 46:15
13. Coisas Da Vida 50:06
14. Superstafa (Bis) 54:36
15. Brown Sugar 56:38




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Aproveite para relembrar...



quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Ouça na íntegra o álbum "Cruel" de Sergio Sampaio



Meus caros, estava faltando no Youtube o sensacional álbum de Sergio Sampaio, "Cruel" (2006), lançado postumamente e produzido por Zeca Baleiro. Depredando o Orelhão subiu o discaço na íntegra e aqui compartilha com os amantes da boa música brasileira: http://youtu.be/G2glPHJ-mDs. Disseminem!

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Sérgio Moraes Sampaio (Cachoeiro de Itapemirim, 13 de abril de 1947 — Rio de Janeiro, 15 de maio de 1994) foi um cantor e compositor brasileiro. Suas composições variam por vários estilos musicais, indo do samba e choro, ao rock'n roll, blues e balada.1 Sobre a poética de suas composições, em que se vê elementos de Kafka e Augusto dos Anjos, que lia e apreciava,2 declarou num estudo Jorge Luiz do Nascimento: "A paisagem urbana em geral, e a carioca em particular, na poética de Sérgio Sampaio, possui a fúria modernista. Porém, o espelho futurista já é um retrovisor, e o que o presente reflete é a impossibilidade de assimilação de todos os índices e ícones da paisagem urbana contemporânea." No dizer do cantor Lenine, Sampaio foi um nome marginalizado que equipara a Tim Maia e Raul Seixas, como um dos "malditos" da música popular brasileira..." - Prossiga lendo a biografia da Wikipédia - http://bit.ly/1cY25VM

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CRUEL (2006)

Músicas:

01) Em Nome De Deus (3:26)
02) Roda Morta (3:03)
03) Polícia Bandido Cachorro Dentista (2:05)
04) Brasília (4:06)
05) Magia Pura (3:29)
06) Rosa Púrpura De Cubatão (3:03)
07) Muito Além Do Jardim (4:01)
08) Real Beleza (3:37)
09) Pavio Do Destino (3:52)
10) Quero Encontrar Um Amor (2:09)
11) Quem é Do Amor (2:30)
12) Cruel (4:11)
13) Uma Quase Mulher (3:01)
14) Maiúsculo (3:06)

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Para download do álbum, dê um pulo no
UM QUE TENHA.