sábado, 31 de julho de 2010

:: Uôu! ::


Confirmado: a cachorrada raivosa do Rage Against the Machine pousa pela 1a vez no Brasil (e América Latina) pro S.W.U. Vai ser no Sabadão, 09/10, mesmo dia dos Mutantes. A banda acaba de voltar à ativa depois do desmanche do Audioslave e vem aí com a formação original, com Zack De La Rocha e tudo. Duca! Tom Morello até tentou carreira como folkeiro de protesto com seu projeto-solo The Nightwatchman, mas a gente gosto dele mesmo é quebrando tudo, é ou não é? Boa ocasião, pois, para relembrar e re-ouvir os álbuns de uma das mais explosivas, furiosas, politizadas e empolgantes bandas dos anos 90. Tae:

1992 - Disco de Estréia, auto-entitulado [DWLD]

1996 - Evil Empire [DWLD]

1999 - The Battle Of Los Angeles [DWLD]

2000 - Renegades [DWLD]

sexta-feira, 30 de julho de 2010

:: Ú-Hú! ::


É: o S.W.U., também conhecido como Woodstock de Itu, o festival mais elefantinho do 2º semestre, cunfirma os Pixies como uma de suas 60 atrações. Também já 'tão dentro Regina Spektor (êêê!), Incubus, Dave Mathews Band, Linkin Park e uns dinos brazucas dos anos 80 (Capital etc.). Aguarda-se para os próximos dias a divulgação de mais um estrondoso headliner. E rolam boatos saborosos de... Queens of the Stone Age e Rage Against the Machine. Segundo a própria organização do evento, em seu release marketeiro, será...

"Uma experiência memorável que vai combinar música e arte nos dias 9, 10 e 11 de outubro na Fazenda Maeda, localizada no município de Itu, a cerca de 70 km de São Paulo.  O evento ocupará um espaço de arena de 200 mil metros quadrados e está preparado para receber um público estimado em cerca de 300.000 pessoas ao longo dos seus 3 dias de duração. E não é só de boa música que será feito o SWU.  O movimento trará também para os seus participantes, ao longo dos três dias de duração do evento, o Fórum Sustentável, palco onde especialistas, pensadores, políticos, empresários e representantes de entidades não governamentais discutirão com o público alguns dos principais temas da sustentabilidade no século 21."
 A má notícia é que, ao contrário da Woodstock original, aquela do Verão do Amor, nos hippies anos 60, onde o que dava o tom eram tendências anti-materialistas, anti-bélicas e de desrepressão sexual e  afetiva (e na qual o menino Jimi Hendrix, ao nascer do Sol, imortalizou-se blasfemando lindamente contra o Hino Americano...), a nossa Woodstock, é claro, não vai ser de graça. Que utopia! Na real vai ser uma bagaça tão cara que, pra ir, só roubando um banco ou vendendo um dos rins. Verdade seja dita: o S.W.U. é um bagulho elitizado pra caralho. Só pro burgo. Quem que não é da classe média alta pra cima teria condições de pagar os R$ 570 que estão pedindo pelo passaporte da pista comum?! Sem falar dos R$ 1.680, a fortuna-facada que os desejosos de lugar V.I.P. terão que desembolsar para acompanhar os 3 dias de música e... (lama?) caviar!

De qualquer modo, não deixa de ser uma boa hora para relembrar a supimpa bandinha de Frank Black, Kim Deal e cia que volta ao Brasil com formação original, seis anos depois de passarem pelo Curitiba Pop Festival. Aquela mesma que Kurt Cobain, ao estremecer o planeta com sua "Smells Like Teen Spirit", dizia (devoto fiel) estar meramente querendo emular.

Tae a discografia:


1988 - Surfer Rosa e Come On Pilgrim EP [DWLD]


1989 - Doolitlle [DWLD]


1990 - Bossanova [DWLD]

1991 - Trompe  Le Monde [DWLD]

terça-feira, 27 de julho de 2010

:: Copa Pirata.... Quartas-de-Final, 4a Pelada! ::


AUSTRÁLIA

Este ano o surpreendente carrossel aborígene vem batendo cabeça comandado pelos veteranaços do Nick Cave and the Bad Seeds (Dig Lazarus Dig), AC/DC (Rock N' Roll Train) e Hoodoo Gurus (Nothing's Changing My Life). O esquema tático segue a lógica hermética dos marsupiais e o CT não tem refeitório, mas a torcida da Holanda da Oceania também conta com a experiência em várzeas além-mar e os clipes na MTV dos semimolecotes do Jet (Are You Gonna Be My Girl?), do Silverchair (Mind Reader, 2007), do Vines (Outtathaway!) e do Wolfmother (Love Train). Talentos locais e desconhecidos – que trabalham como carpinteiros e estivadores em tempos de não-Copa, claro - dão a sua força como podem, na esperança de contar boa vontade do publico em correr atrás de coisas novas. Nominalmente, são eles: Powderfinger, o Black Crowes do Outback (Since You've Been Gone), Pivot, o Thom Yorke do Outback (Montecore), Living End, o Clash do Outback (Roll On) e, finalmente, Bamboos, o mais puro creme do ska-funk do Outback (On The Sly). Eles xingam e praguejam, eles tem fé no chutão e fazem gol de cotovelo, mas como dizem os ditames do futebol: deus ajuda quem é cheio de boas intenções. Ou algo assim...

escalação:

1. AC/DC - Rock N' Roll Train (4:21)
2. Nick Cave And The Bad Seeds - Dig, Lazarus, Dig (4:11)
3. Hoodoo Gurus - Nothing's Changing My Life (3:05)
4. Silverchair - Mind Reader (3:07)
5. Pivot - Montecore (4:46)
6. Powderfinger - Since You've Been Gone (4:13)
7. Wolfmother - Love Train (3:03)
8. The Bamboos - On The Sly (3:35)
9. Vines - Outtathaway (3:00)
10. Living End - Roll On (3:08)
11. Jet - Are You Gonna Be My Girl? (3:45)

Técnico: B Mate
DWLD: http://www.mediafire.com/?9q97hi7zf0fviqy

 V E R S U S 


F R A N Ç A

Defendendo o time como uma das bandas mais apetitosas da atualidade chega o Phoenix e sua “Liztomania”. Na zaga, dois grupos que marcam muito bem adversários: Nouvelle Vague com sua bossa nova e Bérurier Noir, banda de punk francesa zoada que é tão fodida que nem tem grana pra comprar uma bateria de verdade. Nas laterais chegam, com classe e diplomacia, Carla Bruni (ou a Mulher do Chefe) com seu blues dedicado ao Sarkozão e Gotan Project, que tira a dramaticidade do tango com as batidas eletrônicas. Os destaques entre os meias ficam pras fofas das Plastiscines e a CocoRosie - a Björk  da França, se ela tivesse uma irmã gêmea (ou se decidisse dar a mão pra Regina Spektor). Brian Molko é belga, mas regravou a belíssima “Je T'aime, Moi Non Plus”, hit master do maior roqueiro francês de todos os tempos, Serge Gainsbourg. E o líder do Placebo ainda ficou amigo do craque Thierry Henry na fisioterapia, então vale a menção. Completa o ataque a divertida banda de punk Les Wampas que tem o ex-guitarrista do lendário grupo francês Mano Negra entre os membros.

escalação:

1. Phoenix - Lisztomania (4:01)
2. Nouvelle Vague - Teenage Kicks (2:15)
3. Berurier Noir - Porcherie (3:49)
4. Carla Bruni - Tu es ma came (3:02)
5. Gotan Project - Diferente (5:12)
6. Daft Punk - Human After All (5:19)
7. Air - Highschool Lover (2:42)
8. Plastiscines - Barcelona (3:21)
9. CocoRosie - By Your Side (4:01)
10. Brian Molko & Asia Argento - Je t'aime... Moi Non Plus (4:20)
11. Les Wampas - Comme Un Punk En Hiver (1:21)

técnica: NapoleAna Alice Gallo
DWLD: http://www.mediafire.com/?mucunuv2xijii7v


E aí, quem merece ser o quarto semifinalista da Copa Pirata? Votem ae na enquete à direita e comentem a pelada nos comments abaixo... Logo mais começam as semis!

:: MMW... Live in São Paulo! ::


Depredas esteve lá, marcando presença na última tour do Medeski, Martin & Wood pelo Brasil. Rolou no SESC Pompéia, em Maio último, e foi um showzaço --- como sempre. Sorte a nossa que os caras tem aportado tão frequentemente no país nos últimos anos, na tour dos 3 volumes de Radiolarians (álbuns a serem escutados, estudados, reverenciados por anos a fio...). Adoro os shows dos caras (improvisos cabulosos, grooves incríveis, interação entre os músicos perfeita, "viagem" de experimentação altamente aventureira...); só sinto que falta, às vezes, uma pitadinha de molecagem e sorriso. É isto, um pouco, o que encontro neste vídeo, em que o climão do show atinge um de seus ápices de entusiasmo e imersão da platéia na "trip" dos nêgos. Ainda tenho o sonho de infância (eles às vezes tardam a chegar... este veio depois dos 25!) de ver o MM&W acompanhado por um coro de criancinhas, tocando só as sonzeiras alegres (e ao estilo...) do Let's Go Everywhere. Que é um dos 10 álbuns da década passada, segundo o Top do Bernie (e eu assino embaixo!). Fica aí um breve registro do concerto do trio, sem a criançada que eu sonhara mas distribuindo sônica alegria. Inclui altas pirações tecladísticas  e escaleteiras do "mago" Medeskão (Rick Wakeman de cu é rola!).

domingo, 18 de julho de 2010

:: Ho, Hey... C. J.! ::


Fãs de Ramones do estado de Goiás, preparem-se para o pogo! C.J. Ramone vem aí pra tocar seus esporrentos e crássicos punks de 3 acordes no Brasil, um dos países no mundo em que o culto ramônico é mais entusiasmado. O show rola dia 22 agora no Bolshoi, em Goiânia. O cardápio do pub pros próximos tempos, cada vez mais repleto de atrações internacionais, inclui ainda o Gene Loves Jezebel (31 de Julho), o Paul DiAnno (primeiro vocal do Iron Maiden, 19/08) e dois blueseiros americanos: Eddie Taylor Jr (14/08) e Lurrie Bell (21/08). Vale conferir! Aproveitando a deixa, deixo ae uma entrevista bacana com o C.J., gravada num boteco-e-fliper da Rua Augusta (SP), e mais um hit tardio ramônico que é sempre bom ouvir de novo: "Coração Envenenado" (nome, aliás, da auto-biografia do Dee Dee que nosso camarada Fred resenhou lá no Punk Brega!).





Aproveito ainda pra largar aí a discografia completa dos Street Dogs (não confundir com os brazucas do Street Bulldogs), banda punk de Boston que o C.J. recomendou na entrevista acima como uma das melhores opções de som fiel ao espírito dos Ramones e que não entrou na ondinha emo. Tae:

 2003 - Savin' Hill [DWLD]

2005 - Back To The World [DWLD]


2006 - Fading American Dream [DWLD]

2008 - State of Grace [DWLD]

sexta-feira, 16 de julho de 2010


Ó: tá rolando um "Especial Madchester" lá no Depredando o Cinema. Saiba mais sobre o hilário A Festa Nunca Termina (24-Hour Party People), comédia de Michael Winterbottom que narra a ascensão e queda do movimento musical e comportamental nascido em Manchester e capitaneado por Tony Wilson, a Factory Records e a Hacienda.  Dos tempos dos Sex Pistols, atravessando a new wave e o pós-punk, para chegar à aurora da cultura rave, o filme é uma puta duma introdução à história do rock inglês entre 1975 e 1990, mais ou menos. Também disponibilizei por lá alguns clássicos dos Happy Mondays, Stone Roses, Joy Division, New Order, Inspiral Carpets, James, dentre outras bandas massa da época. Glue there!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

:: O Trombo e a Fúria ::


Desta última fornada de pães quentinhos que degustei, o que mais me agradou foi o Tame Impala. É um power-trio fabuloso da Austrália que consegue soar ao mesmo tempo como o Cream e o Radiohead (rock psicodélico existencialista - que tal a etiqueta?). O debut dos nêgos, Innerspeaker [baixe djá!], é um discão viajado, chapado, colorido, criativo e só um pouquinho esquizofrênico. Mas sanidade mental nunca foi requisito pra se fazer um bom som, Syd Barrett que o diga. No classudo cripe do primeiro single, "Solitude is Bliss" (tradução simultânea: Solidão é Iogurte...), os caras encapsularam com alto talento cinematográfico uma recorrente sensação do "sujeito moderno nas metrópoles pós-modernas", pra usar uma expressão bem intelectualóide. É tanta trombada e trânsito e ambulância e polícia e correria e frênesi nas Sampas e New Yorkes deste super-povoado planeta que alguns vivem seus violentos Dias de Fúria (à la Michael Douglas) e passam a desejar a sussidão de algum ermitério onde, nas palavras de Thom Yorke, não tenhamos que viver "in a town where you can't smell a thing and watch your feet for cracks in the pavement". Pelo menos é sobre assuntos quê tais que me fez matutar o bacana clipe abaixo, que talvez fique bem se assistido junto com "Rabbit In Your Headlights", a magnífica música de UNKLE + Yorke que gerou outro clipaço. Voilà:



domingo, 11 de julho de 2010

:: da série PÃO QUENTINHO ::

Hey povo! Tae mais uma leva de lançamentos musicais de relevância. Mais detalhes e links para degustá-los, confiram nos comments. Clicando na capa, ela abre maior. Enjoy!


sábado, 10 de julho de 2010


Marcas da Violência, filmaço do David Cronenberg, esmiuçado no Depredando O Cinema. Colá lá e diga o que achou!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

:: Copa Pirata... Quartas, 3a Pelada! ::


B R A S I L

Ééé: após o fiasco brazuca nos gramados sul-africanos frente aos emaconhados holandeses (e eis aí o verdadeiro segredo da força laranja... eles estão do Lado Verde da Força!), ainda resta esperança. A briga pelo hexa ficou pra 2014, mas em 2010 a esquadra da Terra do Pau-Brasil ainda tem chance de levantar um glorioso caneco... o da Copa Pirata! 

O experiente goleirão Camelo traz sua barba de profeta e as good vibes da Mallu ali na torcida para defender o gol da canarinho, prometendo que não vai tratar irlandês algum como hermano. Outros veteranos aparecem na composição da zaga: o Mundo Livre S/A em momento bossa-novóide e charmoso, com Zero Quatro derretendo-se em loas à sua musa, e Lenine, numa recente canção de protesto de letra artilheira. 

Na lateral esquerda, carregando seu tamborzinho, vem o guerreiro Curumin, que é corinthiano como todo sujeito gente-boa. Pela direita, emaconhado e prometendo que a caravana não pára ainda que os cães ladrem, o D2 é promessa de golaços com o microfone. Já o meio campo conta com a ginga sacana dos Móveis, a psicodelia pós-mutante do Plástico Lunar e a ampla visão de jogo do Wado (aquele que não é o Wando). 

No ataque, apostamos no ímpeto juvenil da molecadinha rocker. Destaque nos últimos Campeonatos Baianos Sub-19 de Rock de Várzea, o Vivendo No Ócio, de Salvador, aparece com uma pepita mó "Arctic Monkeys em português". Os Porongas, lá do Acre, aparecem pra mostrar o grãnje habilidoso e classudo que vem fazendo no Norte brasileiro. E, pra quebrar tudo, o Black Drawing Chalks, melhor centro-avante cabeludo e garrento do Brasil, promete assustar a zaga da Irlândia na base do grito. 

Nos gramados, a Copa brasileira se resumiu a "1 dunga, 11 sonecas e 190 milhões de zangados" (*), mas na Copa Pirata ainda há chance de um Brasil feliz!

[01] MARCELO CAMELO, "Copacabana"
[02] MUNDO LIVRE S/A, "Meu Esquema"
[03] LENINE, "É Fogo!"
[04] CURUMIN, "Guerreiro"
[05] MARCELO D2, "A Maldição do Samba"
[06] MÓVEIS COLONIAIS DE ACAJU, "Esquilo Não Samba"
[07] WADO E O REALISMO FANTÁSTICO, "Tormenta"
[08] PLÁSTICO LUNAR, "Boca Aberta"
[09] LOS PORONGAS, "Nada Além"
[10] VIVENDO DO ÓCIO, "Fora, Mônica"
[11] BLACK DRAWING CHALKS, "Girl, I've Come To Lay You Down"

técnico: Eduardo Carli
DWLD: http://www.mediafire.com/?tlmjmddzvdt

(*) valeu pela pérola, Ana!

--- v e r s u s ---


I R L A N D A

01. Theraphy?“Die Laughing”: Os arqueiros do Therapy? dispensam concentrações, reuniões motivacionais e aconselhamentos bestas. Não se abalam com a iminência da derrota, e que todos morram dando risadas.

02. 
U2
“Beautiful Day”: Bono tem a experiência de muitos álbuns (copas?) e transmite ao time da Irlanda confiança e liderança. Braçadeira de capitães e lateral direita para os manos do U2, então.

03. Ash, “Burn Baby Burn”: Os norte-irlandeses vão botar de lado as diferenças religiosas e políticas para com seus irmãos do sul e transformar em cinzas os atacantes adversários. Ou seja, zaga para eles.

04. My Bloody Valentine“Sometimes”: “Shoegazers” podem dar ótimos “ballgazers”, por que não? Enfim esgotadas as cotas de piadas horríveis e infames desta seleção, o pessoal do My Bloody Valentine aceita de bom grado ficar imóvel na zaga.

05. Damien Rice“The Blower’s Daughter”: Damien e suas jogadas individuais pela esquerda acabaram inspirando até mesmo um brasileiro, que fez cover de uma das mais famosas.

06. Future Kings of Spain“Syndicate”: O que esses caras mais querem é jogar uma final de Copa contra a Fúria, marcando vários gols e roubar a coroa del Rey Juan Carlos. Estão no ataque da seleção Irlandesa justamente para tal.

07. Van Morrison“Brown Eyed Girl”: Jabulani, a garota dos olhos castanhos, sente-se lisonjeada pelo apelido dado a ela pela lenda Van Morrison e sente-se um pouco mais compelida a colaborar com o batedor de faltas oficial da seleção irlandesa.

08. The Pogues“Streams of Whiskey": Volantes bêbados e anárquicos é tudo o que essa seleção precisa! Os pistols da ilha mágica não decepcionam e conferem uma curvatura extra à trajetória da Jabulani.

09. The Cranberries, “Time is Ticking Out”: Dolores O’Riordan empresta a suavidade de sua voz ao peso do resto de sua banda, e temos um meio campo robusto e habilidoso.

10. Thin Lizzy, “Whiskey in the Jar”: Reforçando o elenco no meio campo e garantindo a criatividade latente dos anos 70, o também-de-sangue-brasileiro Phil Lynott lidera o Thin Lizzy na busca pela taça cheia de uísque.

11. Terra Celta“Drunken Sailor”: Brasileiros de Londrina-PR, naturalizados Irlandeses, os celtas parecem saídos diretamente da terceira classe do Titanic. Danças alegres dentro da pequena área, por que não?

1. THERAPY? – “Die Laughing”
2. U2 – “Beatiful Day”
3. ASH – “Burn Baby Burn”
4. MY BLOODY VALENTINE – “Sometimes”
5. THE CRANBERRIES – “Time is Ticking Out”
6. DAMIEN RICE – “The Blower’s Daughter”
7. THE POGUES – “Streams of Whiskey”
8. THIN LIZZY – “Whiskey in the Jar”
9. FUTURE KINGS OF SPAIN – “Syndicate”
10. VAN MORRISON – “Brown Eyed Girl”
11. TERRA CELTA – “Drunken Sailor”

técnico: Flávio Alfonso Jr., vulgo Mininão

E aí, quem segue para as semis? Votem no menu à direita e deixem seus pitacos sobre a pelada nos comments abaixo!

sábado, 3 de julho de 2010

:: FUSILE ::

Poliglotas do timbre
Ana Alice Gallo


Sérgio Scliar (baixo) era o técnico de um estúdio de sonoplastia de uma escola de design. Convidou o aluno Shairon Lacerda (voz e guitarra) pra testar um microfone novo que a escola tinha comprado. Começaram a pirar na batatinha e, dessa viagem, anos depois, nasceu a Fusile.

Um ska nervoso? Um punk temperado de metais e timbres nervosos? Um ovo e uma galinha. O EP de estréia dessa turma, “The Coconut Revolution”, tem recheio pra todos os gostos, do cru de garagem ao quentinho bem-arranjado. E isso tudo em uma única música, como “Blue Blood” ou “Combat Samba”. Tem vocais berrados em harmonia (?) e teclados que pontuam um naipe de metais, como os que marcam “No Puedo Pagar”. 

Metais esses que, inclusive dão um tempero parecido com o que ouvimos em bandas carnavalescas como Los Hermanos - caso de “Le Fou”. Culpa do Rio de Janeiro, onde foram gravados? A semelhança, no entanto, é uma coincidência que se dissipa antes do fim da música, exatamente pela orquestra de referências que é possível absorver da audição do EP. Sem contar, é claro, a estrondosa qualidade do material, gravado e masterizado em milhões de etapas e com a ajuda de amigos bacanas, como preza a boa cartilha das boas bandas que se aventuram no do-it-yourself.

O resto você fica sabendo nessa alegre entrevista que o Depredando fez com a trupe.

Vocês tão na estrada há quanto tempo? Vcs são de Minas ou a banda se formou em Minas?

As experimentações com a banda, algumas músicas e conceitos existem desde 2007, mas o projeto ficou todo engavetado durante a maior parte desse tempo. Foi só em 2009 que fechamos a formação atual e começamos a concretizar as coisas. O processo de achar um grupo conciso pode ser demorado e complicado, mas acabou que rolou pro Fusile da melhor forma possível. A banda se formou em Belo Horizonte, e tudo começou com algumas gravações clandestinas no estúdio de sonoplastia de uma escola de design. Foi quando Sérgio Scliar (baixo), que era o técnico do estúdio em questão convidou o aluno Shairon Lacerda (voz e guitarra) pra testar um microfone novo que a escola tinha comprado. Aí, deu no que deu. 

Quem faz o que na banda?

Ao vivo o Fusile funciona assim: Shairon Lacerda faz os vocais e a guitarra, Sérgio Scliar faz os baixos, Rafael Cocão o baterista, Henrique Lemmox no saxofone, Ygor Rajão no trompete, teclados e “unas cositas más”. Todo mundo faz backing vocals e todo mundo dá “pitaco” no de todo mundo.

É o EP de estreia?

Sim. É o Coconut Revolution é nosso primeiro registro oficial dessa primeira etapa do Fusile.

A maior parte do EP foi gravado na casa do Cocão (batera) pelo Grilo (Rodrigo Aires), esvaziamos alguns quartos e montamos uma estação de trabalho provisória.

O Grilo fez um investimento no equipamento dele pra gravar o disco, comprou uns pré-amplificadores e microfones legais, isso foi muito bom, porque possibilitou uma série de experimentações até acharmos a sonoridade ideal pro disco. Montado o QG, a parte divertida foi incomodar alguns vizinhos com gritos e guitarras no talo. A ocupação da residência durou quase uns dois meses, e foi durante essa estadia na casa do Cocão que batizamos o disco com o mesmo nome de um documentário sugerido pelo Cocão como inspiração pra banda, "The Coconut Revoluiton" ou "A Revolução dos Côcos".

A gravação do disco sofreu alguns hiatos devido à saída de dois integrantes da banda, ficamos com receio disso esfriar a parada, mas as gravações foram retomadas com a entrada do Ygor Rajão (trumpete) e Henrique Lemmox (Saxofone) com todo calor que o Fusile demanda.



A bateria foi o primeiro instrumento a ser gravado "valendo", a gravação foi no studio Solo e foi a base pra todos os instrumentos. Na gravação dos metais, resolvemos fazer uma mistura de trabalho e férias e passamos uma semana no Rio de Janeiro, ensaiando e inspirando o clima de carnaval pro disco, as gravações foram feitas no studio Lontra.

Terminadas as gravações, o material foi mixado pelo Stanley Soares, um amigo de infância do Sérgio (baixo) que atualmente produz o Sepultura, o que é um orgulho pra gente, pois somos fãs da banda e porque é todo mundo de BH: o Sepultura, o Stanely, o Jean Dolabella que acabou de dar um gás novo no Sepultura... pô, o Shairon faz aula com o pai do Jean, o Max Dolabella. É muito legal sentir essa proximidade, é muito legal ter um material foda feito com a contribuição dos vizinhos. O Stanely faz um trabalho impecável e ficamos muitos satisfeitos com a parceria.

A fase final da produção do disco se encerrou há poucas semanas, quando o disco foi finalmente masterizado pelo produtor Mad Zoo, que teve a manha de dar uma super pressão no disco e deixá-lo pegando fogo.

Nota: "The Coconut Revolution", o documentário relata a luta do povo de Bougainville (ilha do pacífico anteriormente pertencente a Papua Nova Guiné) contra a mineradora inglesa multinacional Rio Tinto Zinc, e depois por sua independência. Os moradores da ilha expulsaram, pelo uso da sabotagem, a mineradora, depois expulsaram o exército de Papua, e depois o exército da Austrália, depois mercenários contratados. Sofreram um cerco de 7 anos (a população é de aproximadamente 150 mil) e inventaram meios alternativos para sobreviverem (energia elétrica, combustível, comida, remédios...), tudo a partir de cocos.

Já tem mais músicas na manga prum próximo álbum?

Sim, várias. O show atual tem 11 músicas e ainda tem um monte “na fila de espera”, já estamos fazendo as pré-produções de algumas dessas músicas que devem sair no segundo semestre na forma de EP ou talvez um disco completo. Ainda não sabemos, vai depender do nosso capital disponível para as gravações e produções.

Como é o show da banda? Rolam só próprias ou tem covers também?

Nós nos concentramos nas nossas músicas e isso tem sido suficiente pra ganhar a atenção da galera. Em alguns shows nós já tocamos a “Tango do Covil” do Chico Buarque em uma versão adaptada pro Fusile. Mas até estamos à procura de uma música pra fazer uma versão, mas a gente sempre acaba se enrolando na hora de decidir o que vai ser e acaba deixando pra depois.

Quem vcs citariam como principais influências da banda? Eu ter ouvido Los Hermanos num ska cantando em francês foi puro truque da minha imaginação ou a banda reverencia Camelo, Amarante & Cia?

O som do Fusile, por ser bem híbrido, não facilita o trabalho de rotular, mas as pessoas sentem uma estranha necessidade de nomenclaturas. Nessas tentativas de definição somos comparados às mais diversas bandas e estilos musicais, do stoner rock do Queens Of The Stone Age ao Tropicalismo dos Mutantes, passando por Arctic Monkeys, Brian Setzer, Dead Kennedys, Specials, Clash e até Jorge Mautner. Enfim, encaramos as comparações como elogios, geralmente as pessoas comparam com coisas que elas gostam, é aí que elas buscam a “aprovação” ou a legitimação do som que fazemos.

Sobre a comparação com os queridos “Hermanos”, acho que em alguns momentos o Fusile compartilha das mesmas influências, o samba, o carnaval, o circo, o cabaret, mas em momento algum pretendemos compartilhar o mesmo rótulo ou até mesmo soar como eles. Algumas influências podem ser as mesmas, mas a abordagem e a interpretação é completamente diferente. O Fusile não tá aqui pra falar de amor, tá aqui pra azucrinar! Haha!

No final das contas, nós nos deixamos influenciar por tudo que escutamos, assistimos, vivemos. Se eu quiser ouvir a Fusile fora da internet, onde eu posso ir?

Nos últimos meses tocamos em vários eventos legais em Belo Horizonte, a maioria produzido pela 53HC Produções. Com isso tivemos oportunidade de dividir o palco com grandes bandas como Cachorro Grande, Black Drawing Chalks, Copacabana Club, B-Negão, Móveis Coloniais de Acaju, o que tem sido uma experiência bem legal. Nosso ultimo show foi no Circo Voador no Rio de Janeiro, onde também fomos muito bem recebidos.

Esse mês temos um show no dia 13, mais ainda é segredo, logo logo vamos divulgar os detalhes nas nossas redes sociais e dia 24 em São Paulo no Kitsch Club, onde dividiremos o palco com a banda Mamma Cadela.

O que é mais difícil: cantar em francês, compor em inglês ou fazer sucesso no Brasil?

Compor rock em inglês é fácil, é o caminho natural da coisa, o inglês é a língua “nativa” do rock, assim como o português é a língua do samba e da bossa nova. Mas nada impede de fazer um samba em inglês e um rock em português se o compositor sentir que essa é a melhor decisão pra música em questão, na real, o que importa é o feeling, a pegada. Se a coisa tá conceitualmente e esteticamente soando melhor em espanhol a gente canta em espanhol, se for francês, inglês ou português... e por aí vai, não é uma dificuldade, pelo contrário, é diversão, experimentação, interpretação. Até então temos nos dado bem com os idiomas e com o público que tem feito de nossos shows um legítimo sucesso! A cena independente do Brasil tem melhorado muito e nos recebido de braços abertos.