PATADA NO MARASMO!
- Pata de Elefante e Space Monkeys começam a incendiar o 2011 goiano -
A música instrumental brasileira, que tem no Pata de Elefante um de seus mais longevos e ilustres representantes, vive uma de suas fases mais efervescentes. São inúmeras as vertentes sendo exploradas por músicos que estão, para usar uma expressão dos Novos Baianos, “tinindo e trincando”. Do post-rock (Hurtmold, Labirinto...) à surf music (Dead Rocks, Sex On The Beach...), das doideras experimentais (Macaco Bong, Satanique Samba Trio...) ao groove regionalista (Burro Morto, Caldo de Piaba, Cega Machado...), as bandas "sem-voz" fazem cada vez mais barulho. E provam a imensidão do que se pode expressar sem palavras.
"Ontem o showzão da @patadeelefante, no Metrópolis, foi PATADA!" Foi esta a impressão compartilhada por Dieguito de Moraes sobre a mais recente passagem da manada gaúcha por Goiânia. Gustavo Telles (batera), Daniel Mossman (guitarra/baixo) e Gabriel Guedes (guitarra/baixo), que integram desde 2002 este mamífero proboscídeo de grande porte, deram partida ao 2011 da Fósforo Cultural em grande estilo.
Com um vigoroso som influenciado por classic rock, Ennio Morricone, surf music, Booker T & The MGs, bluegrass, Henry Mancini, dentre uma miríade de outras belas referências, os caras provaram mais uma vez o quanto são músicos versáteis, talentosos e que não deixam que seu virtuosismo degringole em punheta. Sempre com um olho no fósforo e outro na fagulha, a banda deu uma baita patada no marasmo de começo de ano e destilou a mais pura nata do rockão instrumental tupiniquim num Metrópolis bombadaço (mais de 400 presentes).
Com um vigoroso som influenciado por classic rock, Ennio Morricone, surf music, Booker T & The MGs, bluegrass, Henry Mancini, dentre uma miríade de outras belas referências, os caras provaram mais uma vez o quanto são músicos versáteis, talentosos e que não deixam que seu virtuosismo degringole em punheta. Sempre com um olho no fósforo e outro na fagulha, a banda deu uma baita patada no marasmo de começo de ano e destilou a mais pura nata do rockão instrumental tupiniquim num Metrópolis bombadaço (mais de 400 presentes).
Era uma madrugada de janeiro com um clima tão ameno em Goiânia que Mossman nos confidencia, antes do show: “Em Porto Alegre 'tá mais quente que aqui, cara”. Mas é só começar a rolar o show, e é só o povo se amontoar frente ao palco, que o fervo faz com que os gaúchos logo estejam suando em bicas. Com músicos e público incendiados, o Pata de Elefante deitou e rolou em cima de canções de seus três primorosos álbuns: o auto-entitulado, de 2004 (Monstro Discos); Um Olho No Fósforo, Outro na Fagulha, de 2006 (também via Monstro); e Na Cidade, de 2010 (lançado pelo projeto Álbum Virtual da Trama). Vale lembrar: você pode baixar todos eles de graça no site oficial dos caras.
“Pô, isso aqui é melhor que uma sauna!”, mandou Gustavo Telles, o batera, que acaba de lançar seu primeiro disco solo (baixe já na Trama!), em que juntou os camaradas para tocar um rockão sulista, meio que um Lynyrd Skynyrd latino-americano, para louvar o amor em cada uma de suas 12 canções.
Mas não que o calorão tenha prejudicado a apresentação impecável da banda porto-alegrense, que dá a impressão de que tocaria lindamente mesmo desidratada e mau-paga no deserto do Saara. Lição de vida: para o bem da humanidade, o processo de evolução das espécies nos providenciou sobrancelhas, que impedem a cegueira em momentos de suadeira extrema, e principalmente com esta inestimável invenção da civilização que é a 'breja --- e claro que as benditas geladas foram prodigalizadas aos músicos por uma providencial Naya.
Quem abriu caminho para a manada de Poa foi a macacada guitarrenta do Space Monkeys, de Goiânia, que abriu a noite com seu indie-rock com pitadas punky tocado com garra e visceralidade. O som dos caras remete àquelas bandas underground que agradam igualmente aos punks e aos indies ao mesclarem barulheira pesada e melodias memoráveis. Saltam à mente referências como Dinosaur Jr, Hüsker Dü, Seaweed ou o início do Weezer. Certas melodias, como a da canção gravada pelos caras para a UnConvention, durante o Goiânia Noise XVI, são tão boas que soam como um Foo Fighters na época que o Dave Grohl era mais do hardcore que do metal. Edimar, vocal e guitarra dos Monkeys, garante que os caras estão prestes a entrar no estúdio nas próximas semanas para gravar o álbum de estréia, que promete ser um dos mais interessantes dos lançamentos fosfóricos em 2011.
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