quarta-feira, 2 de janeiro de 2008
Robert Johnson
"You want to know how good the blues can get? Well, this is it."
Keith Richards
[1961] King Of The Delta Blues Singers
Robert Johnson morreu, em 1938, sem conhecer a fama, logo ele que, boatava-se, havia feito um pacto com o capeta, numa encruzilhada do Mississipi. O produtor John Hammond o considerava o maior cantor de blues primitivo de todos os tempos. Quando estava organizando sua célebre série de concertos Spirituals to Swing, o primeiro a levar artistas negros ao Carnegie Hall, Hammond viajou até o Sul à procura de Robert Johnson, a fim de contratá-lo e comprar suas gravações para lançá-las pela Columbia, gravadora de que era produtor. Chegou muito tarde, Johnson já havia morrido, enquanto a lenda começava a nascer.
O bluesman estava com 26 anos quando começou a registrar sua pequena (29 blues) mas imensamente seminal obra. Eram apenas ele, seu violão,e o produtor Don Law, num estúdio tosco, em Robsonville, Mississipi. Foram cinco sessões. Três delas em novembro de 1936, e as demais em junho de 1937. Ele ganhou algumas centenas de dólares, na época uma fortuna para um músico negro no Sul dos EUA. Somente em 1961, a música de Robert Johnson alcançou o grande público, quando a Columbia lançou o álbum.
O impacto produzido por este disco foi parecido com o acontecido no Brasil quando se escutou pela primeira vez o violão de João Gilberto. O violão de Robert Johnson era diferente de qualquer coisa que se ouviu até então no blues. Enquanto cantava, ele ia mudando de andamento, atravessando o ritmo a cada estrofe, fazendo harmonia e percussão ao mesmo tempo.
Suas letras também eram bastante originais (hoje fazem parte do currículo de Literatura da Universidade da Virgínia). Os temas eram idênticos ao de tantos outros blues, em que o sofrimento e desilusões amorosas são a tônica. Porém Johnson ia mais longe: “Early this morning when you knocked upon my door/I said hello Satan, I believe it’s time to go/Me and the devil was walking side by side/ I’m going to beat my woman until I get satisfied” (Me and the devil blues).
King of the Delta Blues saiu fazendo amigos e influenciando pessoas nos EUA e Europa, mais precisamente na Inglaterra. Em 1963, não havia banda de blues inglesa que não tocasse pelo menos uma composição de Robert Johnson. Inventou o chamado blues do Delta (em referência ao Delta na foz do rio Mississipi).
Até hoje o resultado desta sessão é assustador: assistimos Johnson criar o blues que conhecemos à medida que canta músicas eternizadas por Eric Clapton, Led Zeppelin, Blues Brothers, Rolling Stones, entre outros. Não é preciso pensar porque dão o parentesco do rock ao coisa-ruim. Basta ouvir este disco e o ouvimos cantar e tocar. Morreu aos 27 anos, inaugurando o clube mórbido do qual mais tarde alguns astros do rock fariam parte.
Texto parcialmente extraído do site JC Online
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mp3 de 192 kbps - 59 MB Tweet
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2 comentários:
fala Edu! comentamos sobre o Depredando no fotolog do Visitantes.... =D
www.fotolog.com/visitantesbr
desde já fica o convite pra tú e pros camaradas múmios: Visitantes e Plano Próximo na Livraria da Esquina, 17 de janeiro! =)
Abração e parabéns pelo trabalho, tamos a par!
Fábio e Visitantes.
Fala fábio! Valeu pela força e pela ajuda na divulgação... Os Visitantes vão ser a próxima banda indie a receber destaque aqui no blog, como prometido, e vai ser logo logo... Aguarde! =)
Massa saber desse show aí com o pessoal da Plano Próximo. Quem sabe até apareço!
Abraços,
Edu.
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