domingo, 16 de maio de 2010

:: Depredando a Virada ::


:: DEPREDADOS PELA VIRADA ::
- Eduardo Carli -


Ééé: depredamos a Virada! Ou melhor: considerando que padecemos com uma isoporzada na cabeça, um semi-esmagamento contra um poste de luz, uns 30 e poucos pisões no pé e cotoveladas, uns busão lata-de-sardinha e umas ruas fedendo a mijo, foi a Virada quem nos depredou. E agora este pobre jornalista, de ossos moídos e ressaqueado, que mal consegue ficar de pé tamanho o cansaço de suas batatas-da-perna (aliás judiadas por altas "paulistinhas"... que poético!), vem aqui relatar o que pôde conferir do mega-evento paulistano antes de pedir arrego.

É opinião que compartilho com muitos amigos com quem troquei idéia sobre o assunto que a Virada vem se tornando a cada ano mais insuportável. E isso por causa da muvuca extrema que causa alguns dos desconfortos de que me queixei no parágrafo acima, que deixa algumas ruas completamente intransitáveis e faz certos shows só serem visíveis de tão longe que mais vale levar pro Centrão um binóculo ou telescópio. (O que não é boa idéia, pois seriam na certa roubados.)


Relógio da Júlio Prestes + sereia voadora

É claro que o evento é, idealmente, uma  digníssima "celebração da diversidade cultural" na maior metrópole da América Latina, em que ocorrem numa louca simultaneidade borbotões de atrações de música, teatro, cinema, dança, circo e o escambau. "Idealmente...". Porque, na real, a Virada, e me perdoem por me tornar agora um chatonildo reaça, tá virando uma coisa irritante, beirando o intolerável.

Primeiro pelos milhares que vão lá só pra encher a cara até desmaiar, enquanto berram pelas ruas como ogros. Isto torna o Centro, durante a Madrugada, uma espécie de cenário de guerra em que a gente anda desviando dos que capotaram de coma alcóolico, dos que estão vomitando na sarjeta e dos bebuns que vêm em nossa direção trançando os pés e parecendo trens desgovernados. Longe de mim ser um moralistinha que fica criticando o alcoolismo dos outros (também curto uns drinks e um "barato etílico", sem dúvida!), mas os abusos extremos que a galerinha atinge em dia de Virada deixa de ser algo divertido de assistir e passa a ser triste...

Com um pouco de sorte, caminhando pela Virada, não somos atropelados pelas ambulâncias frenéticas ou pelos carros de polícia --- profissionais que tem seu trabalho deduplicado durante este findi. Volto a dizer: eu não tenho nada contra a alegria e o "curtir a vida", longe disso, mas tenho que confessar que a Virada me faz achar que milhares de jovens de São Paulo só sabem se divertir na base dum hedonismo retardado, imbecilóide, alienado, que pouco ou nada tem a ver com sugestões de modificação comportamental e cultural conscientes como aquelas que nos deram a geração Woodstock, punk, Madchester e por aí vai...

E mais: a Virada é também "estragada", pra mim, pelos contrastes sociais gritantes da megalópole, e que se tornam bem mais óbvios numa ocasião destas, quando as multidões caminham semi-tranquilas pela "boca-do-lixo", pela Crackolândia, pelas "quebradas" mais trash do velho Centro. Só não vê quem não quer que o centro de São Paulo testemunha que há um abismo entre classes tão grotesco, uma desigualdade social tão extrema, que faz desta cidade, imagino, uma das mais desiguais e injustas do planeta Terra. E o mais chocante é que estamos todo tão familiarizados com isso que tudo passou a ser "normal": tropeça-se no colchãozinho do mendigo estendido no meio do passeio público e segue-se o caminho como se se tivesse trombado com um vira-lata pulguento que não merece nem um pedido de desculpas.

E me fica um sabor amargo na boca quando me lembro de vários artistas gringos, inebriados pelas salvas de palmas que recebem duma multidão de 50.000 pessoas pra cima, que ficam massageando nosso ego ao gritarem "We Love You, São Paulo!" E que a prefeitura do município, junto com a Secretaria de Cultura, intenta mesmo oferecer aos paulistanos algo que os torne "felizes e contentes" por viverem nesta cidade.É uma espécie de Política do Pão & Circo, só que com muito mais circo do que pão. Porque esta cidade é explicitamente um tenebroso pesadelo para milhares de homens, mulheres e crianças maltrapilhos e esfomeados, muitas vezes com crack na cuca ou uma garrafa de 51 entre os trapos que lhe servem de cobertor, únicas coisas que possuem pra se agarrar numa vida que chega a ser indigna de ser vivida. Sinceramente: não acho que um paulistano tenha muito do que se orgulhar.



Mas, apesar de tudo isso, até que deu pra conferir uma ou outra coisa bacana na Virada deste ano. Centrei o foco principalmente nas duas atrações internacionais que, pra mim, pareciam as mais suculentas e de uma importância história considerável: a vinda do Mothers of Invention, a banda que acompanhava Frank Zappa, agora rebatizada de Grand Mothers Reinvented (na mosca: os caras já são mesmo uns vovózinhos...); e o Big Brother & The Holding Co, quarteto bluseiro que tocou com a Janis Joplin nos anos 60.

Nos dois casos, são bandas jurássicas que tentaram seguir carreira na ausência de um membro-chave. No caso do Mothers, a falta do visionário e piradaço Zappa é mais sentida: fica uma espécie de vazio ali onde deveria estar o "loucão genial", cabelões ao vento e guitarra ensandecida, esmerilhando nas seis cordas de modo bem mais anárquico que os Steve Vais da vida. Mas foi um imenso prazer ver reproduzidas ao vivo algumas das composições clássicas de Zappa, em especial aquelas do "Hot Rats", meu álbum predileto dos que conheço do cara. E a banda certamente é de muita competência e tenta manter vivo o espírito iconoclástico, satírico e eclético que caracterizava seu mentor. O outro porém, além da insanável ausência de Frankie em pessoa (e que Belzebu o tenha e guarde!), é que as Mães da Invenção me soaram um tantinho "artificiais", como se a "piração" fosse um tanto "forçada" --- feita como um dever, e não na espontaneidade de um viajar... Mas eu devaneio.

Já o Big Brother & The Holding Co., que possui uma das capas-de-álbum mais magníficas dos anos 60 (desenhada por Robert Crumb), fez um showzaço muito enérgico de blues-rock sessentista à la Cream e Faces. Por incrível que pareça, a falta de Janis é menos sentida aqui do que a falta de Zappa é no Mothers of Invention. Isto porque a banda conta com o vozeirão de uma negona hispânica, Sophia Ramos, que presta um tributo fenomenal à voz e à atitude de Janis, nos dando a plena convicção de que "sacou qualé" e que consegue mandar um blues de modo quase tão dilacerante e irrapiante quanto a menina Joplin em seus melhores dias. Não faltaram clássicas como "Me and Bobby McGee" e "Piece Of My Heart" (esta última, clímax da minha Virada). Vejam abaixo um vídeo-excrusivo que este câmera-tosqueira registrou:


Depois disso, migrando com muita dificuldade da São João para a Praça Júlio Prestes, fui conferir o show da incensada Céu, uma das cantoras mais elogiadas dentre os "novos talentos da MPB". Um maluco ao meu lado, trajado ao modo "hard rock", que me revelou que toca guitarra numa banda que "manda uns Poison, uns Motley e uns Cinderella", me perguntou se o treco era "meio Marisa Monte", aquela coisa "chata pra caralho". Vi logo que meu novo amigo  estava no palco errado: deveria estar lá pirando com os Black Drawing Chalks! Mas disse que haviam sonoridades interessantes no som da Céu: uma certa influência de dub e de afrobeat (ela até fez uma homenagem à Fela Kuti), um certo saborzinho de manguebeat, uma malemolência meio ragga...



O problema é que o show da moça funcionaria bem melhor num SESC da vida,  num ambiente mais intimista, num teatro com uma acústica firmeza, ou mesmo num pub de maconheiros. Ali, na imensidão da Júlio Prestes, frente a umas (chuto) 30 mil pessoas, o som dela emagreceu e não conseguiu despertar no público mais que mornas reações. Fazendo jus ao título de seu segundo álbum, Vagarosa, a mocinha de nome paradisíaco faz tudo com estudada lentidão --- slow like honey, como diria Fiona Apple. Sabe-se que ela volta e meia, em entrevistas, já disse preferir o ócio ao negócio e a leseira ao frenêsi. Céu é destes seres meio hippies, tranquilões, que desejariam sugerir para as grandes metrópoles do mundo (e ela já morou em New York...), junto com Thom Yorke: "slow down... slow down...". Dotada de uma voz linda e suave, e acompanhada por um groovezinho sonolento, Céu tem um show que seria uma deliciosa viagem dub-psicodélica se estivesse num ambiente mais adequado.

Eu ia ficar até o Living Colour, às 3 da manhã, mas arreguei: minhas pernocas, judiadas pelas horas em pé e pelos supracitados ataques dos meus concidadãos, mal se aguentavam em pé. Fica aí, pois, este relato breve do meu rolê pela Virada 2010. E o seu, como foi? Conte sua história nos comments!

15 comentários:

Diogo S. disse...

Po Edu. Acabo de chegar em casa de uma madrugada na Virada um tanto desagradavel.

Estava no Temptations com a namorada. Som horrível. tudo fora do lugar.... Mas fazer o que.

Mas aí o pior aconteceu. Sofremos um ataque de um arrastão. Nem deu para saber de onde veio, nem quem eram tal a ferocidade e truculência do ataque.

Tive minha carteira e celular furtados. Estou com um sentimento de impotência ainda entalado na garganta.

Não quero fazer disso aqui um simples lamento. Mas quero pontuar que era incrível o número de pessoas furtadas e assaltadas durante o evento. E isso só pode acontecer pq há negligência da organização do evento.

No caso do palco Boulevard Sao Joao a própria falta de iluminacao, de grades, e de organizaçao do palco contribuiu e MUITO para que dezenas de pessoas fossem saqueadas.

Curti o evento no ano passado e te confirmo que a questão da infraestrutura foi totalmente alterada este ano. Tudo virou pó.

Infelizmente nao volto mais. Este tipo de organização está tratando o público como gado. Há uma concepção totalmente equivocada de que colocar palcos próximos! Tudo para que as pessoas possam (como num shopping) escolher suas atrações preferidas! Isso não está levando em conta um mínimo de segurança e tranquilidade para quem quer curtir.

Gasta-se uma montanha de dinheiro com tal evento. Compromete-se investimento que faz falta para a criação de espaços mais democráticos de cultura... e em troca temos este grande PASTO que vira o centro de SP. Cada um tentando pegar sua tasquinha de capim.

Estou escrevendo aqui com o coração na mão. Ainda com raiva ter sido exposto a bandidos por causa da omissão (no mínimo) da organização do evento.

Unknown disse...

Caceta, Diogo! Fico bem triste (e indignado) de saber disso tudo: um arrastão-com-roubo é mesmo o fim da picada. E só imagino o quanto vc deve estar revoltado com a Virada deste ano --- que, aliás, despertou reações bem negativas em muita gente com quem conversei, a maioria dizendo que "só passou raiva"...

Já vi belos shows nas 3 Viradas que acompanhei, mas o desconforto e o perigo parece estar se exacerbando de ano pra ano. Que eu saiba, não aconteceu nenhuma ocorrência isolada tão "chocante" quanto o TIROTEIO no show dos Racionais de anos atrás, mas no geral parece que os assaltos, arrastões, comas alcóolicos e outras fudições tão se multiplicando...

Nos pontos mais lotados da Virada, a gente se sente mesmo como "gado", como você bem disse...

O foda é que o evento é tão gigante e junta tanta gente que sai totalmente do controle da organização... E acho difícil imaginar que exista meio para controlar uma multidão tão imensa a não ser com policiamento pesado, o que é outro modo de estragar o evento e acabar com a diversão.

Também não vejo muita solução não --- a Virada, neste formato de hoje em dia, tende a ficar cada vez mais caótica e insuportável, e tb não tenho muita vontade de retornar nos próximos anos, a não ser que muita coisa mude pra melhor...

Ah! E esqueci de comentar no post mas outra coisa absurda, neste ano, foram aquelas porras daquelas áreas VIPs! Que merda é aquela?!? No palco da Júlio Prestes, por exemplo, um espaço gigantesco na beira do palco, que daria pra acomodar umas 500 pessoas, foi reservado prumas duas dúzias de privilegiados; nojento! Ruim pro artista, que fica lonjaço do público, com um vaziozão à sua frente, não conseguindo sentir o "bafo humano", e péssimo pro público, também, que além de se amassar na grade, ainda vê o show de uma enorme lonjura...

Foda!

Debora disse...

Eduardo,

Em relação a organização, ou melhor, A FALTA DELA, concordo com vc em gênero, nº e grau! Fui à minha 1ª Virada em 2007,e, conversando com amigos que foram às anteriores,tive certeza que, até esse período, a Virada era algo REALMENTE agradável, seguro, bem organizado.Porém, desde então, virou uma GDE FESTA p/ os bandidos de plantão, que saem imunes de todas elas! POLÍCIA? SEGURANÇA?Onde? P/ que? P/ quem? Não sei o q fica mais evidente: o absurdo e total abandono que nossa cidade se tornou, ou o total vazio + estupidez COMPLETA de adolescentes,jovens e marmanjos q se acham MUUUUITO PH.odões por acabarem de "beiço no chão",nas ruas imundas de Sampa (nem citarei os gostos musicais destes, p/ não gerar polêmica)!!
O que poderia ser um sonho realizado a cada ano (OMG: Jon Lord ano passado, e BBHC esse ano -há 19 anos sonhava com esse momento!!!!!), no fim das contas, pensando além da diversão (CLARO q me acabei de tanto cantar nos shows clássicos, inclusive no ABBA The Show rs), a Virada, infelizmente, se tornou só mais uma constatação do óbvio: São Paulo, minha (nossa) tão amada cidade, está entregue...TOTALMENTE entregue.
Sad but true!

Debora disse...
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Marco Souza disse...

Cara, já fui em 4 Viradas, e progressivamente ela foi piorando. Nesse ano não tive vontade de ir pelo resultado do evento no ano passado, já achei que estava no limite do suportável. Acho muito triste que uma proposta tão legal caminhe para isso que não tem nada a ver com "cultural".

Parabéns pelo post Lux, você expressou da melhor maneira o que milhares de pessoas devem estar pensando. Só espero que a organização perceba esses pontos negativos e procurem meios de tornar os próximos eventos mais agradáveis.

Marco Souza disse...

Ah, e num evento público e popular área VIP é um absurdo.

Unknown disse...

Ah! Tem mais um videozin que filmei toscamente no show do Big Brother... "Me and Bobby McGee", outro crássico da Jênis. A quem interessar conferir, pule no YouTubo: http://www.youtube.com/watch?v=DF3cb1Wxr58. Adianto que o coralzinho popular ficou muito furreca e desafinado... coisa feia, hein Sumpaulo, num saber nem cantar junto com um dos mais célebres dos blues! =P

Caio Faiad disse...

Fiquei durante muito tempo na Praça da República e no Largo do Arouche e felizmente não cheguei a presenciar nada que me agredisse fisicamente. Moralmente vi sim...Vi espécies novas tipo homens-cachorros que cagavam na frente do Banco Bradesco kkkkk

O show da Karina Buhr foi demais!!! O palco de samba tava muito bom também...Os shows do Almir Guineto e Arlindo Cruz.

O espirito das coisas disse...

Só um adendo, cagar na frente do Bradesco deveria ser um ato cívico e passível de ser feito a qualquer dia em pleno o horário comercial hahahahahahahah

Mas realmente, ta ficando cada vez mais caótica a parada, fico pensando no quão perigosamente perto o show do Bloco de Pedra ( é eu sei, esse nome traz uma ironia obvia ) estava da Cracolandia. E o pior, não tinha nenhum controle, policia ou algo que evitasse de um nóia com uma faca ir para cima da galera....

Será que isso é mais um sintoma do efeito Kassab sobre São Paulo, ou já esta na hora de repensar a virada?

Diogo S. disse...

Voltando no assunto do gado.
Po basicamente a cidade é regida por controladores de trânsito que devem ter sido formados como pecuaristas. Pq de gado eles entendem. É só ver como funcionam os cruzamentos desta metrópole, os cavaletes, as grades, os muros etc.

Digo isso como uma leve impressão que a Virada abdicou do mínimo "controle" do espaço que é necessário para que os funcionários do evento desempenhem seu trabalho bem. Falo da segurança. Mas também da parte técnica do som, das novas barracas de comida/bebida, das ambulâncias etc.

Falo isso pq estava em Salvador durante o Carnaval deste ano. Um evento umas 400 vezes maior do que a Virada. Com camarotes, arquibancadas. Pelo menos 6 circuitos dentro da cidade, além de palcos periféricos "temáticos"rock, eletrônico etc.

Como vocês sabem briga sempre tem, bebado sempre tem, é uma merda. Mas é de impressionar o tamanho em número e qualificação dos funcionários do evento. A cada esquina um pequeno agrupamento de promoters, organizadores, set de luz, cada poste tem uma identificação única (só para verem o nível do detalhe).

Galera, quer fazer evento? Tem que investir. Pelo que meu amigo soteropolitano me conta a cidade aprendeu com muita dor que é necessário parar e organizar.

Montar palco e contratar atração é menos de 1% do todo. Infelizmente a "classe" artística é muda, cega e surda.... lá em Salvador a coisa só funciona pq os "reis do axé" pegaram o touro pela rédea literalmente. Ivete, Mercury, Bananas da vida viraram grandes produtores.. e é por isso até que tem o lobby que tem da Vênus Platinada....

Unknown disse...

Galera, um breve relato jornalístico das "tretas" que rolaram na Virada, que só traz mais indícios de tudo o que estamos dizendo aqui:

JORNAL DA TARDE
Virada de diversão, morte e agressões

Brigas deixaram quatro feridos. Jovem morreu esfaqueado. Também houve registro de furtos

Morte, tumulto e furtos também marcaram a Virada Cultural, que reuniu 4 milhões de pessoas entre as tardes de sábado e ontem na cidade. Durante o evento, um jovem foi assassinado e profissionais da TV Cultura foram vítimas de agressões. Perto do palco da Avenida São João, houve uma briga na madrugada. Segundo Everaldo Junior, diretor de eventos da São Paulo Turismo, quatro pessoas ficaram feridas - três delas levemente. Um rapaz, identificado como Alexandre Alves Santos, de 17 anos, foi esfaqueado. Levado à Santa Casa de Misericórdia, não resistiu e morreu às 3h15.

Na Alameda Barão de Limeira, a Tropa de Choque foi acionada para resgatar uma equipe da TV Cultura. O carro da emissora foi atacado por uma multidão às 2h30. Os profissionais saíram do veículo, mas voltaram após um homem tentar assaltar o repórter com uma faca. A equipe só conseguiu deixar o local três horas depois, com a ação da Tropa de Choque.

Quem caminhava pelo centro pela manhã viu muito lixo pelas ruas. Os maiores problemas apontados foram a falta de lixeiras e a distância até os banheiros químicos. O resultado foi que o mau cheiro dominava em muitos locais.

A edição de 2010 da Virada Cultural foi a primeira a acrescentar a região da Luz no evento. A agitação não foi suficiente para afastar as dezenas de moradores de rua que vivem ao redor da estação. Enquanto milhares de pessoas se espremiam na Praça Júlio Prestes, o consumo de crack e o tráfico de drogas era feito a apenas uma quadra de distância, na Rua Helvétia.

Sem-teto expulsos

Já os sem-teto da Praça Roosevelt tiveram de buscar outro lugar para dormir. Vendedores e comerciantes locais contaram que guardas municipais expulsaram os sem-teto na noite de sexta-feira, um pouco antes do início da montagem das barracas. Segundo o relato, os que se recusaram a sair foram retirados à força.

(...) Ao todo, 4,5 mil homens fizeram a segurança do evento. Houve 280 atendimentos médicos e 23 remoções em ambulâncias." (CONTINUA)

Unknown disse...

Ah! E a pérola do Kassab não pode faltar...

EBAND

"Para Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo, a Virada Cultural que ocorreu entre sábado e domingo na capital foi maravilhosa mesmo com a morte de um jovem esfaqueado durante o evento. A entrevista foi concedida à Rádio Bandeirantes.

“O incidente foi lamentável. Foi um acidente que aconteceu na região da Virada, não na Virada”, ponderou Kassab.

Que sutileza!...

Felipe Chadi disse...

Em primeiro lugar, parabéns pelo blog, que conheci justamente através do vídeo do Big Brother& Holding Co. que está no youtube!!
Ah se não fosse esse serviço...kkkk

Passei todo o tempo na São João com a general Osório (palco do ROCK), e tudo transcorreu sem problema algum! Fiquei muito surpreso ao saber que morreu um esfaqueado, seja lá qual for o motivo disso. Até quando tive a infelicidade de passar pelo largo do arouche apesar de amontoado de gente e droga, TUDO sem problemas.

Entretanto, ainda tenho fé no evento. ACredito que deve ser reformulado sobretudo qnto a segurança e continuar sim dando alegria e festa para os paulistanos, seja através da musica, cinema, teatro, dança ou outros. Não sou ingenuo e espero que a prefeitura da mesma forma que projeta aumento de frequentadores e atrações tbm olhe pra segurança dos mesmos e esteja pronta para abrir espaço para mudanças e sugestoes de todos.

ÓTIMO post, e valeu pelo vídeo!!

Alexandre disse...

Concordo contigo Edu. Eu preferi fazer minha "virada hibernal" em casa, dormir 13h seguidas, depois de ver uns filmes e filminhos. hehehehe
Foda, SP é também um show de horrores.

Renato Passos disse...

Edu, fui à praça Julio Prestes conferir o show do Buena Vista Social Club. Estava muvuca mas curiosamente não me senti ameaçado... Como tb não me senti nas 2 viradas anteriores... Pode ser só ingenuidade e sorte, provavelmente. Ano passado fui com a patroa ao parque da Luz ver a instalação de fogo da companhia francesa Carabosse e foi um momento memorável ver o parque da Luz à meia noite cheio de pessoas de todos os tipos, inclusive famílias e crianças apreciando uma obra-prima que foi essa instalação. Se vale a pena correr o risco para conferir atrações imperdíveis, aí que está o dilema...