- Bernardo Santana -
Todo mundo conhece a historinha do "achei um disco na pilha do meus pais quando era criança...", né? Pois é, lá nas priscas eras, entre uns Moraes Moreiras e Cartolas (Valeu, pai!) eu achei o dessa tiazinha bagunçada. Nem rádio eu ouvia ainda e o grunge era só um gametinha quase lá, então dá pra dizer hoje que foi a primeira vez que eu gostei de verdade de um disco de música roque. Eu não sabia que a moça já tinha morrido, nem que Pearl era um disco póstumo... Não sabia que Janis Joplin era o espírito hippie encarnado, nem que suas bolachas anteriores prometiam mais que entregavam... e mesmo assim...
Hoje, ouvindo o disco uns quase vinte anos depois, o bichinho só cresceu. Continua lá com seus clássicões, que dispensam pagação: Move Over, Cry Baby, A Woman Left Lonely, Mercedes Benz, Me And Bobby McGee, My Baby... Seis sons sensacionais em dez. E o melhor é que o que não é perfeito ainda é de alta qualidade. Liberada de suas duas bandas anteriores — meio mambembes —, Janis Joplin se espreguiça na cama cheia de blues/R&B criativo que a Full Tilt Boogie Band arma e ensina pras jovenzinhas criadas com leitinho com pêra da música atual como se engasgar com o próprio coração.
Como pode-se adivinhar, as letras passeiam entre a temática tradicional da música negra americana do século passado e o protesto social antimaterialista do final da década de 1960. Na época, nada fora de contexto, mas ainda assim marginal e contracultural até a medula. E parece que tinha bastante gente disposta a escutar na época: Pearl foi o maior sucesso comercial/de crítica de Janis Joplin e até hoje aparece por aí em listas de "200 melhores qualquer-coisa". Uma pena que antes mesmo do disco ver a luz do dia, a cantora texana tenha finalmente sido derrubada pela heroína.
Vão-se os mitos, ficam os posts.
Tweet
Hoje, ouvindo o disco uns quase vinte anos depois, o bichinho só cresceu. Continua lá com seus clássicões, que dispensam pagação: Move Over, Cry Baby, A Woman Left Lonely, Mercedes Benz, Me And Bobby McGee, My Baby... Seis sons sensacionais em dez. E o melhor é que o que não é perfeito ainda é de alta qualidade. Liberada de suas duas bandas anteriores — meio mambembes —, Janis Joplin se espreguiça na cama cheia de blues/R&B criativo que a Full Tilt Boogie Band arma e ensina pras jovenzinhas criadas com leitinho com pêra da música atual como se engasgar com o próprio coração.
Como pode-se adivinhar, as letras passeiam entre a temática tradicional da música negra americana do século passado e o protesto social antimaterialista do final da década de 1960. Na época, nada fora de contexto, mas ainda assim marginal e contracultural até a medula. E parece que tinha bastante gente disposta a escutar na época: Pearl foi o maior sucesso comercial/de crítica de Janis Joplin e até hoje aparece por aí em listas de "200 melhores qualquer-coisa". Uma pena que antes mesmo do disco ver a luz do dia, a cantora texana tenha finalmente sido derrubada pela heroína.
Vão-se os mitos, ficam os posts.
Um comentário:
Quando eu era criança eu não ouvia rock, só os sambas cantados pelo meu pai... mas aos 15 anos ouvi pela primeira vez a Janis, e hoje, aos 28, é uma das poucas coisas do rock que ainda me acompanham, principalmente a música Piece of My Heart. Isso sim é que é herança a ser deixada aos filhos: o gosto pela música boa. Um abraço
Postar um comentário