segunda-feira, 8 de novembro de 2010

<<< Gabba Gabba Hey! >>>


MARKY RAMONE - LIVE IN GOIÂNIA
Bolshoi Pub - 04 de Novembro de 2010


Foi a primeira vez que vi um Ramone legítimo e fedorento de perto.

O Marky chegou quieto e saiu calado, mas mesmo em silêncio absoluto desceu a mão em sua batera como se fosse o coelho da Duracell. É verdade que as pilhas já não estão tão novas, afinal o "tio" já passou dos 50. Mas, na companhia de uma banda anfetaminada e enérgica (o ex-Misfits Michael Graves e os argentinos do Los Violadores), Marky Ramone e sua trupe massacraram o empolgado público goiano com clássicos ramônicos numa sequência alucinante.

Tocaram 22 músicas dos Ramones (para ficar só no "período regulamentar", antes dos 2 bises). E isso no espaço de tempo em que só cabem umas duas do Pink Floyd e metade de um solo do Dream Theater. Puta gás. Teve um monte de "hey ho, let's go!", de "gabba gabba hey!", de "one-two-three-four!", de pogos alegres e de tímpanos judiados por excesso de decibéis! Enfim: bela e encardida noite de punk rock clássico, puro raw power, numa celebração coletiva dos poderes redentores do barulho!

Onde está o Wally? 1 real pra quem achar o autor deste texto na foto!

Cresci ouvindo lendas sobre o incomparável calor com que o público brasileiro (e argentino) recebia os Ramones em suas turnês, o que fazia com que a própria banda considerasse a molecada latino-americana como uma platéia mais entusiástica e maluca do que a norte-americana ou européia. Ouvi relatadas histórias de pogos homéricos ao som de "Surfin' Bird" que deixaram espantados até Joey e Johnny com a truculência dos punks paulistas. Não sei o quanto é fato e o quanto é aumento. Mas não sou cético quanto a isso: me parece que a "entrega" do público brasileiro ao som ramônico, a criatividade das reações psicóticas e a fraternidade instantânea que surge entre desconhecidos é realmente fantástica.

 Nesta noite no Bolshoi tinha de tudo: velhos punks do sertão que vieram munidos de seus vinis; grandalhões com drealocks e tatoos cabulosas; pré-adolescentes, nos tempos das acabrunhantes modificações da puberdade, e que talvez encontrem nos Ramones um consolo para sua sensação de ser outsiders, vítimas de bullying, desprezados pelas garotas;  e até uma senhora, com cara de socióloga, toda intelectual, que parecia mirar com um olhar ao mesmo tempo fascinado e espantado as barbaridades da juventude de Goiânia e seus costumes depravados.

Setlist: uns 25 ramones e mais um punhado de Marky Ramone & The Invaders

Abaixo, compartilho com vocês um bocadinho de material bacana relacionado com Marky. Um slide-show com fotos clássicas de Marky; dois vídeos exclusivos do show em Goiânia; dois discos clássicos na história do punk nos quais ele segurou as baquetas: Blank Generation, do Richard Hell & The Voidoids, e Road To Ruin (1978), sucessor de Rocket To Russia e primeiro álbum dos Ramones com Marky; e também o primeiro e último álbum solo de Joey, Don't Worry About Me (2002).




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p.s.: fotos tiradas do site do Bolshoi.

3 comentários:

junior disse...

cara fiquei sabendo do show,tb moro em goiania..mas sou casado e minha mulher nao gosta e nem libera e foda ne.cara adoro seu blog alias tu conhece um tal de rodolpho..ele e baixista da banda the gallo power aqui da city.o cara e pirado no ramones po deve ter sido demais o show

Anônimo disse...

FOi muito massa o show!!
Vc teria o vídeo de Dig up her bones???

eduardo carli disse...

e ae junior! pois é, cara: show na madruga de quinta-feira acaba dificultando pra muita gente comparecer, mas ainda assim o público lá no show tava muito bom, em quantidade e empolgação. ainda num conheci o rodolpho não, mas volta e meia vejo uns cartazes anunciando show do galo power... vou tentar conferir qualquer dia! abraço ae e colo sempre por aqui!

quanto aos vídeos, os três que eu filmei já upei pro youtube: pinhead, blitzkrieg e pet cemetery. infelizmente dig up her bones num registrei... falou!