- Por Joh Excambau -
Pela primeira vez, fui compelido pelo destino a comparecer ao Grito Rock, festival de música independente que ocorre em diversas cidades no Brasil durante o período do Carnaval. Neste caso, especialmente à edição ABC do festival, que é abrigado já há dois anos sob o teto do Cidadão do Mundo.
O Grito Rock ABC 2009 aconteceu e ponto: Aconteceu! Só isso já o faz exceção à regra. Contra todas as adversidades, mas a favor da expressão cultural, o Grito Rock segue desde 2003, mostrando o que é possível ser feito com vontade, parceria e organização.
MÚSICO IGUAL PEDREIRO
Foi numa manhã, bem manhã mesmo, que passei pela ponte que liga meus caminhos a São Caetano do Sul, SP – o "C" do famoso ABC paulista, que me lembra indústrias, o movimento punk e a efervescência sindical dos anos 80, começo do final da ditadura no Brasil. O tempo passou, os ditadores foram depostos (foram?), mas a chama se mantém acesa nos diversos projetos que o Cidadão do Mundo toca pra frente, sempre em frente.
Naquele dia, quando entrei na sede, os caras estavam em obras. A toque de caixa. Se preparando como loucos para o Grito Rock, que estava marcado para 2 ou 3 semanas a partir dali. Era escada pra um lado, lata de tinta pra outro, cursos rolando, alunos, palestrantes, todos ali estavam completamente contaminados e se organizando, tomados pela vibe da batalha que estava por vir. Isso às 8 da matina de um sabadão nublado!
MISSÃO DADA É MISSÃO CUMPRIDA
E foi em outro sábado, 07 de março, que tivemos a honra e o privilégio de comparecer e contemplar o trabalho feito. A missão fora cumprida e com louvor. A sede estava pronta, as pessoas felizes, o som acertadíssimo e a web-rádio estava propagando os shows que se seguiam de forma crescente em sua intensidade.
Estava entretido com a verdadeira festa que tomou a rua Rio Grande do Sul – muita coisa aconteceu – e único show que pude apreciar, com mais calma, foi o do Lenzi Brothers, que mandou o verdadeiro e puro rock and roll. E mandou com vontade!
"NÁNÁNÁ É O DIABO!"
Uma apresentação com energia. E ela fluía dos solos, era visível na expressão do batera - Matheus, e alcançou um pico legal quando Márcio Lenzi exibiu o velho e sempre eficaz truque do solo com a guitarra nas costas (manobra também conhecida como Back Flip in Flames Solo). Deus salve a pentatônica e a música do sul do Estados Unidos!
Apesar de pesado e maciço, o som que saía do trio deixava claro as melodias nas bases e nos backing vocals-na-hora-certa. Era o específico-necessário para a sonoridade que te faz bater o pé, balançar a mão ou entrar no pogo. Um som sem frescura e contagiante.
Depois, rolou uma entrevista com os caras do Lenzi Brothers, Cidadão do Mundo e alguém do Circuito Fora do Eixo. Bem legal. Ver essa estrutura montada era emocionante!
Penosos, abandonamos o barco ainda cedo (faltava ver Macaco Bong e Thunderbird), mas certos de que aquele momento era admiravelmente memorável – o que nos dá a certeza de que o ânimo de quem trabalhou para o Grito Rock ABC acontecer se encheu de energia para as próximas edições, e para tocar pra frente o barco independente.
Vida longa ao Cidadão do Mundo!
Vida longa ao Grito Rock ABC!
Nenhum comentário:
Postar um comentário