#4
THE HOT RATS
"Turn Ons"Mal tinham saído da puberdade e os pirralhos anfetaminados do Supergrass já tomavam de assalto as paradas com o delicioso bubblegum beatle-punky de "Allright". O hit, carro-chefe do delicioso e desavergonhado I Should Coco (1995), acabou tornando o Supergrama um one-hit-wonder dos mais memoráveis dos anos 90. Quem foi esperto de ir conferir os álbuns na íntegra, porém, pôde descobrir que o revólver do power-trio inglês não tinha aquela única bala no tambor e que a banda brigava pau-pau com o Oasis, o Blur e o Verve pelo posto de maiorais do Brit-pop.
Atirando pra todo lado, o Supergrass reverenciava o punk-pop de Buzzcocks e Undertones, a psicodelia sessentista dos Kinks e da coleta Nuggets, a fase glam de Bowie e do Roxy Music, dentre miríades de outras referências, sempre transbordando vitalidade juvenil, melodias ganchudas e refrões de tirar o sono do ouvinte. Após o debut, três pepitas deliciosas vieram na sequência - In It For The Money (1997), Supergrass (1999) e Life On Other Planets (2002) - antes de um certo mergulho numa sofisticação quase prog (Road To Rouen, 2005) e um retorno à jovialidade power-pop com Diamond Hoo Ha (2008).
Neste 2010, Gaz Coombes (vocal) e Dan Goffey (batera), que com estes nomes podiam ser personagens de tirinhas humorísticas do Angeli ou do Laerte, voltaram a dar o ar de sua graça. Enquanto Mick (o outro terço do Supergrass) se recupera dum capote que lhe arregaçou a coluna, Gaz & Dan montaram um projeto paralelo só pela curtição de tocar músicas que adoram. Juntaram-se ao renomadíssimo Nigel Grodrich (produtor de Ok Computer e The Soft Bulletin, dentre outros recentes clássicos modernos), pegaram o nome emprestado do fodástico LP de Zappa e gravaram um discaço de covers, semelhante ao que fez David Bowie em Pin-Ups.
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Eles andam chamando esta brincadeira de "punk psicodélico", mas pode chamar também de garageira-chic, retrô-sem-pudor ou reciclagem hedonística. Os caras não tiveram medo da mistureba: selecionaram um hip-hop dos Beastie Boys, um lisérgico bicicletismo do Floyd fase Syd Barrett, uma cacetada pós-punk do Gang Of Four, boniteza delicada do Roxy Music...
Mas não é uma gororoba indigesta o que sai desta mescla, mas um a iguaria fina: um álbum que parece feito por dois amantes entusiásticos da música pop, e com um conhecimento enciclopédico dela. Enquanto aguardamos pelo retorno do Supergrass, nada melhor do que curtir este passeio da dupla Gaz e Danny por suasprediletas-da-casa, relidas e reinterpretadas com classe, desencanação e tesão de sobra. The kids are allright!
Mas não é uma gororoba indigesta o que sai desta mescla, mas um a iguaria fina: um álbum que parece feito por dois amantes entusiásticos da música pop, e com um conhecimento enciclopédico dela. Enquanto aguardamos pelo retorno do Supergrass, nada melhor do que curtir este passeio da dupla Gaz e Danny por suasprediletas-da-casa, relidas e reinterpretadas com classe, desencanação e tesão de sobra. The kids are allright!
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01. I Can't Stand It (The Velvet Undergroud)
02. Big Sky (The Kinks)
03. The Crystal Ship (The Doors)
04. (You Gotta) Fight For You Right (To Party!) (Beastie Boys)
05. Damaged Goods (Gang Of Four)
06. Love Is The Drug (Roxy Music)
07. Bike (Pink Floyd)
08. Pump It Up (Elvis Costello)
09. The Lovecats (The Cure)
10. Queen Bitch (David Bowie)
11. E.M.I. (Sex Pistols)
12. Up The Junction (Squeeze)
13. Drive My Car (Beatles)
13. Drive My Car (Beatles)
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ok, ok
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