"The film essentially encompasses everything Wayne Coyne has ever sung about-- the future, outer space, stressed-out scientists, heroism, insanity, the inevitability of death, hope in the face of disaster, the perseverance of the human spirit, mankind's miniscule standing in the universe at large, and, yes, Christmas. And as ridiculous as the idea of Coyne making a sci-fi film in his backyard may be, it was a logical step for a band that's historically found its stage-show inspiration in the local hardware store. But compared to the orgiastic circus of balloons, confetti, and dancing mascots that has come to define the the Flaming Lips' live set-up, Christmas on Mars is a starkly rendered, sometimes ponderous, rather bleak affair. The film plays like a 2001 that looks like it cost $2,001 to make."
PITCHFORK
THE FEARLESS FREAKS STRIKE AGAIN!
Eu sempre soube que o Wayne Coyne não era terráqueo. Agora que o enrustido tirou sua máscara e saiu do armário, desvelando sua verdadeira face (que é esverdeada e contêm um bigode azul e um par de antenas), eu posso afirmar orgulhoso, como o Chapolim Colorado: "Suspeitei desde o princípio!" O próprio capitão da nave-mãe diz a Wayne quando o encontra pela primeira vez: "You're a peculiar son of a bitch! You're a green silent piece of shit!"
O negócio é que o filme dos Flaming Lips acaba de sair. Sim, o FILME dos Flaming Lips! Em gestação faz um bocado de anos (uns 7), Christmas On Mars é um sensacional FREAKOUT que mostra uma das bandas de rock mais sensacionais dos últimos 20 anos invadindo a telona com muito estilo e provando que são mesmo um bando de desequilibrados. Loucura pouca é bobagem.
Todos os quatro membros da banda atuam neste clássico instantâneo do cinema cult. Wayne ainda assume a direção e o papel de marciano que se fantasia de Papai Noel e viaja pelas galáxias dentro de uma bolha incandescente que ele guarda, miniaturizada, dentro de sua própria boca (!). Verdade. O guitarrista da banda, Steven Drozd, mostra-se um excelente ator no papel principal de um nêgo pirando e alucinando com o espetáculo espacial. Steven, que já protagonizou uma das cenas mais incríveis da história dos rockumentaries usando heroína na frente das câmeras em Fearless Freaks, prova aqui ser de um talento descomunal, além de possuidor de um rosto altamente plástico. É a alma do filme, deixando o Papai Noel esverdeado de Coyne soando como um mero coadjuvante.
Mais que um mero freakout, esse é um filme de idéias, que às vezes beira o cabecismo de um Tarkovsky em Solaris. No comecinho do filme, um astronauta olha bestificado para uma parede, como se fosse uma estátua, paralisado da cabeça aos pés, really freakin' out. Um personagem explica seu estado: "The doctor says it's caused by a confrontation with the cosmic reality. Cosmic reality: it's a real motherfucker! It's the realization that our lifes, altough very important to us, are really meaningless, nothing, just spects of dust floating through a black sea of infinity..."
Ele chega à conclusão de que os seres humanos não foram feitos para viver no espaço - que é frio, insensível e sem sentido. Christmas on Mars é, pois, uma sombria meditação sobre o nosso status de minúsculas criaturas insignificantes em meio a um imenso cosmos completamente gélido e morto, procurando pelas vias mais absurdas (como as bestas alegrias proporcionadas por um Papai Noel inventado) e mais sensatas (a perpetuação da espécie ou a invenção da Criança Estelar) encontrar um pequena dose de aconchego e de alegre delírio enquanto dure essa nossa estranhíssima, miraculosa e incompreensível passagem pelo Universo.
A impressão que dá? Que se você abrir os olhos para olhar direto para o Cosmos - COSMIC REALITY, IT'S A REAL MOTHERFUCKER! - não, não tem jeito de não endoidecer...
TRILHA SONORA (mp3):
http://www.mediafire.com/?mmh3zmmy1yn
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