:: LAURA MARLING, Alas I Cannot Swim (2008)
Com 16, essa inglesinha botou umas musiquinhas no MySpace e ganhou fama virtual; com 17 assinou contrato com a Virgin; com 18, solta seu álbum de estréia, repleto de um indie-folk bonitinho e com pitadas de melancolia que tem tudo para ser sensação. Os paralelos com a nossa menina prodígio do folk-se Mallu Magalhães são muitas. Tanto que parece uma bizarra coincidência que duas moçoilas de proposta tão parecida e de tamanha precocidade tenham surgido praticamente ao mesmo tempo. Mas as diferenças são grandes, também. A Mall me parece um pouco mais lúdica, brincalhona, meiga e infantil. Laura Marling já soa mais adulta, um tanto mais amarga, com um som que não faz feio se comparado com a obra de Feist, Karen Ann e Cat Power. Na verdade, ela cita como maior influência o sombrio e soturno Bonnie 'Prince'Billy, referência incomum para uma compositora tão nova. A moça do blog Give My Sweets falou sobre o álbum assim:
Laura Marling soa como ar puro nos dias de hoje. Você gosta dela - se tiver que gostar dela - não por causa de um timing musical incomum, por causa do contraste entre melodia doce e letras ácidas, por causa do seu sotaque ou por escrever músicas como quem escreve uma carta íntima e poética para uma amiga. Uma das coisas mais incríveis em Laura Marling é, de fato, sua voz, que consegue ter força e carregar emoção ao mesmo tempo que é suave, pecando apenas pela vulnerabilidade mostrada em "Ghosts", por exemplo, na qual sua voz mostra algo de infantil.
Outro ponto importante no que diz respeito a Laura Marling é o curioso fato de que se, daqui a alguns anos, algum desavisado pegar Alas I Cannot Swim nas mãos, ele não terá que pesquisar em livros sobre o estranho povo que viveu na nossa época. As histórias contadas por Laura Marling em suas músicas tratam de assuntos atemporais de uma maneira também atemporal, que é a construção de imagens poéticas, o que não tem sido o hábito de seus contemporâneos. Em "Alas I Cannot Swim", música que dá nome ao álbum, o fato de não saber nadar é seu obstáculo, pois tudo está do outro lado do rio: “There’s a life across the river that is meant for me/Instead I live my life in constant misery.”
Algo inovador em tempos de Regina Spektor - que canta bem, compõe como poucos, mas tem um timing exótico que eu adoro - Kate Nash e Lily Allen (mesmo eu amando de paixão a primeira, gostando muito da segunda e “curtindo” a terceira). Não é que Laura Marling esteja desvencilhada de tudo o que elas trouxeram. Na verdade, os melhores momentos de Laura Marling são os mais carregados dessa influência, como o refrão de "The Captain And The Hourglass" e "Cross Your Fingers", uma das mais pops do CD.
É empolgante pegar um CD como Alas I Cannot Swim nas mãos. A principal diferença talvez seja que, com essas características atemporais, Laura Marling dá a impressão de que, embora já seja muito talentosa, ainda vai amadurecer e nos impressionar muito, enquanto Kate Nash e Lily Allen deixam transparecer que nos conquistam somente pela juventude. A maturidade pode ser linda, gente! Basta pensar da regravação que Joni Mitchell fez de "Both Sides Now".
DOWNLOAD (mp3 de 160kps - 55MB):
http://www.mediafire.com/?mhm4wwztmm2
MYSPACE:
http://www.myspace.com/lauramarling
2 comentários:
putz, ouvi o disco da menina por causa desse post (e malu cabe no no bolso dela... )obrigada.
E o tanto que venho procurando sobre essa menina, e nada, acho nada! =/
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