Aê galera! Aí vão alguns dos mais importantes lançamentos do rock brazuca neste ano de 2008. Depredando recomenda entusiasticamente o novo Curumin (que fez um show fodástico no SESC Av Paulista dias atrás, deliciando o público com um groove-da-porra, de chaqualhar o esqueleto) e o debut do Macaco Bong, um dos melhores álbuns de rock instrumental já lançados no Brasil. O Cansei de Ser Sexy fica pra próxima leva de pães quentinhos...
CURUMIN, Japan Pop Showhttp://www.mediafire.com/?ehhw7m2xdd2
por Rômulo Fróes, cantor e compositor.
texto na íntegra disponível no Música Social
“Japan Pop Show”, programa de TV exibido nas manhãs de domingo nos anos de 1980, era um karaokê produzido e protagonizado por imigrantes japoneses e seus descendentes no Brasil. Curumin, neto de japoneses e nesta época ainda criança, se encantava com as performances um tanto cômicas dos anônimos candidatos a cantores de sucesso. (...) “Japan Pop Show” é o nome do segundo disco de Curumin e se o título faz referência à sua descendência, o som do disco traz no seu DNA, o que já conhecíamos de “Achados e Perdidos”, primeiro álbum de Curumin, uma profusão de ritmos e influências, com matriz fundamentalmente na música negra. Mas há muito mais caldo nesse mocotó."
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"...uma estranha e interessante junção de engajamento e diversão. Em canções dançantes, impossível de serem ouvidas sem se mexer, Curumin manda textos contundentes, encharcados de indignação, sobre temas que acredita que precisam ser discutidos. Sob camadas de grooves arrasadores, a agressão ao meio ambiente, a ganância humana, a má distribuição de renda, a corrupção, tudo o que lhe perturba é dito nestas canções. Ainda que o som poderoso de Curumin nos quer balançando as cadeiras, não quer que nossas cabeças parem de funcionar..."
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“Japan Pop Show” é lançado no ano em que se comemoram cem anos da imigração japonesa no Brasil, uma feliz coincidência que nos leva a pensar sobre quanta riqueza provocou nossa miscigenacão, e no caso de nossa música, o quanto essa característica a tornou numa das mais reconhecidas no mundo. No disco de Curumin, essa miscigenação é levada a outro patamar. O brasileiro, nascido na cosmopolita e globalizada São Paulo, o baterista profundamente influenciado por nossas raízes africanas, reencontra seus antepassados vindos do oriente, de uma cultura tão diferente da nossa e de uma música diametralmente oposta, se relaciona com tudo isto à sua maneira, antenado com o modo de produção atual, com a tecnologia existente nestes primeiros anos do século XXI e cria uma nova coisa, a sua música. É curioso, que mesmo depois de todas estas transformações, podemos ainda chamá-la: Música Brasileira. Se a vaga de síndico do condomínio Brasil ainda está vaga, Curumin, eis aqui um forte candidato. Tenho certeza que mestre Tim Maia aprovaria a indicação."
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Já faz muito tempo que venho sonhando com o surgimento de uma banda que não trouxesse em seus planos a mediocridade apelativa na busca pelo sucesso fácil. Acho que meu sonho se realizou…
Não vejo no Seychelles, de jeito nenhum, as famigeradas mãozinhas para cima, os gritos de “aí, gente!” e outras atitudes que me afastam cada vez mais do que as rádios insistem em chamar de pop-rock. Ao ouvir o álbum nananenen, um público com certa inteligência e inapto às armadilhas populistas (que reúnem rock, axé, pagode e sertanejo no mesmo saco de gatos, feitos sob encomenda aos jabás, shows de rádio e especiais de TV) descobrirá uma intensa fonte de criatividade e personalidade.
Logo na primeira faixa, “Funcionário Padrão”, ouvimos um ótimo rock com belos overdrives da guitarra perfeita, mas nunca exibicionista, de Fernando Coelho, a voz de Gustavo Garde com um delicioso sotaque paulistano a lá anos 70 e afinação perfeita, o baixo extremamente atuante, autêntico e corajoso de Renato Cortez e a bateria de Paulo Chapolin, que às vezes simplesmente conduz, mas às vezes também se expressa como um instrumento de frente, como se os tambores cantassem ou solassem.
Todos esses elementos estão integrados a partir de um sutil senso de humor e uma narrativa apurada. Em sua composição “No caminho de Shangri-la”, Gustavo cria uma interessante harmonia entre rock e língua portuguesa, tarefa nada fácil. As letras também chamam a atenção – que bom uma banda de jovens nos levar ao dicionário para descobrir o significado de palavras como tégula, diáspora e outras.
Já a canção “Poperô “, pulsante em um belíssimo 4×4, mostra o que a música eletrônica trouxe de volta ao rock: a característica de ser dançante. Aqui, o baixo passeia como um sintetizador subvertendo as intenções. É um dos momentos do disco em que a música realmente “dá barato”.
Para finalizar, amarrando todas as outras faixas, o Seychelles traz em nananenen algo de retrô, quase inconsciente, que ajuda a manter acesa a chama metropolitana, urbana e underground do rock.
Não vejo no Seychelles, de jeito nenhum, as famigeradas mãozinhas para cima, os gritos de “aí, gente!” e outras atitudes que me afastam cada vez mais do que as rádios insistem em chamar de pop-rock. Ao ouvir o álbum nananenen, um público com certa inteligência e inapto às armadilhas populistas (que reúnem rock, axé, pagode e sertanejo no mesmo saco de gatos, feitos sob encomenda aos jabás, shows de rádio e especiais de TV) descobrirá uma intensa fonte de criatividade e personalidade.
Logo na primeira faixa, “Funcionário Padrão”, ouvimos um ótimo rock com belos overdrives da guitarra perfeita, mas nunca exibicionista, de Fernando Coelho, a voz de Gustavo Garde com um delicioso sotaque paulistano a lá anos 70 e afinação perfeita, o baixo extremamente atuante, autêntico e corajoso de Renato Cortez e a bateria de Paulo Chapolin, que às vezes simplesmente conduz, mas às vezes também se expressa como um instrumento de frente, como se os tambores cantassem ou solassem.
Todos esses elementos estão integrados a partir de um sutil senso de humor e uma narrativa apurada. Em sua composição “No caminho de Shangri-la”, Gustavo cria uma interessante harmonia entre rock e língua portuguesa, tarefa nada fácil. As letras também chamam a atenção – que bom uma banda de jovens nos levar ao dicionário para descobrir o significado de palavras como tégula, diáspora e outras.
Já a canção “Poperô “, pulsante em um belíssimo 4×4, mostra o que a música eletrônica trouxe de volta ao rock: a característica de ser dançante. Aqui, o baixo passeia como um sintetizador subvertendo as intenções. É um dos momentos do disco em que a música realmente “dá barato”.
Para finalizar, amarrando todas as outras faixas, o Seychelles traz em nananenen algo de retrô, quase inconsciente, que ajuda a manter acesa a chama metropolitana, urbana e underground do rock.
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MACACO BONG, Artista Igual Pedreiro
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Por Hugo Montarroyos, da Revista O Grito!
texto na íntegra disponível aqui
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Por Hugo Montarroyos, da Revista O Grito!
texto na íntegra disponível aqui
"Uma hora e sete minutos de trabalho braçal. De demolição de pedras. Mas também de uma certa delicadeza em meio à brutalidade. Em Artista Igual Pedreiro, álbum de estréia do trio cuiabano Macaco Bong, eles carregam e destroem tijolos da mesma forma que lapidam algumas pedras raras. É um trabalho impregnado de detalhes, prova de que a música instrumental (ao contrário do que julga o senso comum) não é um terreno tedioso e limitado. (...)
Artista Igual Pedreiro não é um disco fácil. Apesar da maçaroca sonora que promovem nos poucos mais de três minutos de “Shifit” indicar que estamos diante de um álbum de metal, é bom saber que o trio jamais entrega o jogo fácil. De metal passa para uma espécie de punk mais elaborado. Depois para camadas de jazz, e logo em seguida um quê de surf music. Até não termos mais noção de onde estamos e o que ouvimos exatamente. Não é exagero, de agora em diante, usar o termo “Macaco Bong” para designar uma obra de difícil rotulação. Ou seja, eles conseguiram o que muitos artistas buscam em vão: fogem de todos os rótulos e imprimem uma marca personalíssima.
"...a estratégia de lançar o disco gratuitamente pela Trama Virtual, através do projeto Álbum Virtual foi mais do que acertada. Artista Igual Pedreiro é daquelas obras que, esteticamente, estão bem distante do diálogo popular e do consumo fácil. É uma jornada de mais de uma hora pelos caminhos obscuros da música instrumental, pouco acessível e de concessão zero para o ouvinte. Este é exigido na audição de cada segundo, instigado, provocado, e por vezes levado até à vontade de desligar o som e contemplar o silêncio. Mas, por algum mistério da natureza musical do trio, acaba não o fazendo."
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ROCK ROCKET, idem
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Mais porradas em favor de um roquenrou mais alcóolatra e inconsequente.
4 comentários:
li numa revista australiana (nao lembro qual) que a Iracema saiu do CSS pra seguir a carreira fashion dela.
E o pior é que entrou um baterista novo que se veste de mulher.
Cada coisa.
ooow galera do depredando esse post esta otimo!
Estava curioso pra ouvir o Seycheles que pela resenha parece ser bom! Curumin é claro que vou experimentar...já o Macaco Bong que aqui não para de tocar desde que o discao foi lançado! e vou arriscar o Rock Rocket com uma cereveja gelada no fim da tarde depois do trabalho!
Vixi, o CSS ainda vira o New York Dolls tupiniquim. Fazendo "punk-poperô" para o delírio dascrianças indie. =D
ia postar uma resenha que fiz sobre o curumin esta semana, mas ainda bem que dei um passada aqui antes... não preciso mais postar...hahahha.
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