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O Screaming Trees, uma das bandas mais magníficas da era do Grunge, fez alguns dos álbuns mais impactantes e belos do rock noventista: caso dos clássicos Sweet Oblivion (1992) e Dust (1996), ambos fodásticos! O vozeirão rouco de Mark Lanegan, regado a uísque e nicotina, derramava lirismo por cima de uma avalanche elétrica digna do Crazy Horse. A psicodelia sessentista se mesclava com a garageira punky, e tudo com uma pitada, aqui e ali, de um hard rock de arena. "Nearly Lost You" foi um semi-hit, mas os Screaming Trees jamais conseguiram o merecido reconhecimento massivo conquistado por Nirvana e Pearl Jam, por exemplo. Uma bandaça! E ainda subestimada.
Após o silenciar das árvores que gritam, Lanegan enfurnou-se num bosque mais sombrio e tornou-se uma árvore que geme, uiva e ruge em meio ao esvoaçar dos morcegos e silêncio das corujas. Sua carreira-solo é mais aparentada ao folk e ao blues, mas possui uma intensidade sempre impressionante. Lanegan teve tempo ainda de cantar alguns stoners chapados com os camaradas do Queens of The Stone Age e gravar duetos com a Isobel Campbell, do Belle & Sebastian, que soam como um beijo entre o gélido e o cálido, o viril e o delicado. Conseguiu ser um sobrevivente de uma geração com pendores trágicos e não quis "morrer jovem e ser um belo cadáver", como preferiram Cobain, Layne Stanley ou Andrew Wood.
Agora, neste 2011, sai do forno este Last Words: The Final Recordings, canto de cisne da banda que contêm gravações feitas no fim da década grunge (entre 1998 e 1999) e foi mixado por Jack Endino. Um retorno dos Screaming Trees com formação original não é impossível, mas por hora não é confirmado nem prometido. Fiquemos, pois, com estas belas Últimas Palavras desta exuberante banda de weeping willows berrantes.
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