sexta-feira, 18 de setembro de 2009

:: Soulzé ::


Rage Agreste

– Por Marco Souza –


"...uma mistura de indie-rock com eletro e um tiquinho assim

desse tamanin assim de carimbó."

Wallace


A primeira vez que ouvi esses negos ao vivo, meados de 2002 ou 2003 em Bauru-SP, logo pensei "porra! esses caras são o Rage Against do sertão!" o que influênciou para logo batizar minha banda cover da Rage. Pegada nervosa misturando guitarra, flauta, percursão e sons eletrônicos. Tudo ali idealizado e executado pelos, como eles se definiram, "7 cabeças chatas" do Ceará.


O disco em questão, produção independente do próprio SoulZé e primeiro trabalho da banda, logo mostra ao que a rapaziada veio: misturar da melhor forma possível rock, funk, ritmos brazileiros, groove, eletrônico e "outras pilantragens". Apesar da boa produção do disco, ele não faz jus ao choque de escutá-los ao vivo, como também é o caso do Móveis Coloniais de Acajú.



Soulzé já tem 12 anos de trabalho e (para minha surpresa) é pouco conhecido no meio musical. Nasceu com o boom do movimento manguebeat liderada por Chico Science & Nação Zumbi, Mundo Livre S/A, Eddie e cia.


Vamos ao disco. Porradaria com percursão, distorção regional e scracths em Mandacaru, segunda faixa, já demonstra o cuidado que eles tem na construção da textura sonora. Uma Tocaia cresce até se transformar em Arrancando Estaca, um dos pontos altos do CD, instrumental nervoso com mix de Tom Morello e Lúcio Maia. "Eu vou mostrar pra vocês como se dança o Baião e quem quiser aprender é favor prestar atenção" Abre a roda pra um baião com direito a porradaria. O clima de ficção científica encontra o drum'n'bass e dá as caras em O Encontro Insólio De Soulzé Com Et Abbdia, sampleando uma gravação (genial!) sobre a divulgação de um caso de experiências genéticas feitas por alienígenas nos moradores da cidade de Quixadá, interior do Ceará. De praxe não poderia faltar um samba-rock(-funk), a faixa de protesto País Nordestino. Até riff grudento encontramos em Pagode Russo. E músicas como De Quem É Essa Terra ainda agrada àqueles que procuram mais peso.


Há algum tempo procuro por shows, discos e mp3s da banda e não tenho sucesso. Lembrei que no show de Bauru um amigo comprou o CD e pedi pra ele ripá-lo. Raridade de qualidade. Um dos grande álbuns nacionais da década.



DOWNLOAD - 16 músicas - 70 MB


Um comentário:

lúcio disse...

Oooo danado! Valeu por descolar isso aí, eu tava bem curioso pra conhecer! Vam'vê qualé a do Rêige do Sertão. =D