quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

#Eu tenho ligação com Marcelo Freixo [matérias de Viomundo, Mídia Ninja, L. E Soares e outros... Assista Tropa de Elite 2 completo... e mais!]



Nesta entrevista, realizada no dia 16 de janeiro de 2014, o deputado Marcelo Freixo deixou claro que a capacidade de as milícias influenciarem o processo eleitoral no Rio continua grande: "A milícia elege a base que sustenta o próprio governo. Ou você acha que essas pessoas são eleitas por onde? Não é em outro planeta. É aqui." O projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), tema principal da entrevista, Freixo faz sempre questão de inserir em uma discussão maior: a de um “projeto de cidade”, uma cidade-negócio ou cidade-empresa,“entregue à lógica do mercado”, como bem explicita o professor Carlos Vainer, em entrevista recentemente publicada no Viomundo

Essencialmente autoritário, tal projeto solapa a participação popular em nome do interesse dos seus “sócios”, dentro os quais contamos, diz Freixo, as grandes empreiteiras e as Organizações Globo, entidade que “trata dessa cidade como grandes negócios”. “A Fundação Roberto Marinho tem uma série de negócios com a secretaria de Educação, tanto do Estado quanto do Município”, diz. “A Rede Globo tem, no projeto de cidade, uma cidade que ela defende. E também com um viés muito autoritário.”

Abaixo, leia mais alguns trechos da entrevista com Marcelo Freixo:
"Você tem, hoje, um procedimento de privatização não dos serviços, mas da concepção do que é público. Hoje, na verdade, quem domina, quem administra, quem pensa a cidade é o capital privado. Eu costumo brincar dizendo que o Eduardo Paes ganhou uma concessão para ser prefeito. E o Cabral ganhou a concessão, também, mas está de férias, já faz tempo. Então, na verdade, você tem a cidade sendo pensada e decidida à luz do empreendimento privado. Não estou dizendo que o empreendimento privado seja ruim, é bom que se tenha investimento privado. Mas você tem, hoje, as decisões que deveriam ter um caráter público sendo tomadas pelo planejamento privado. 
 Por exemplo: gestão de todo o sistema de transporte está nas mãos das empreiteiras. Quem administra o metrô é a OAS, quem administra a Supervia é a Odebrecht, quem administra as barcas é a CCR. Eles ganham também as concessões de algumas rodovias importantes, como a ViaLagos, da mesma CCR. Então você tem as empreiteiras com a gestão da mobilidade urbana. Isso não é qualquer coisa em termos de perspectiva de cidade. 
A lógica das UPPs só pode ser compreendida se você entender esse projeto de cidade. Que não é um projeto de cidade que conta com grande possibilidade de participação da sociedade, com uma cidadania ativa. Muito pelo contrário: é a cidade onde há a cidadania do aplauso, onde as pessoas são chamadas para grandes eventos, grandes espetáculos, mas não decidem sobre a segurança, a saúde, a mobilidade, a moradia. Não há canal de participação efetiva para que a sociedade possa decidir os rumos das decisões de interesse público." - Marcelo Freixo (siga-o no Facebook)
LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NO VIOMUNDO.
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Reproduzo a Mídia Ninja:

QUEM TEM MEDO DE MARCELO FREIXO?

Estamos vendo um movimento sincronizado entre mídia e setores políticos saudosos dos tempos de AI-5, que tentam se aproveitar da comoção popular para pintar manifestantes de terroristas. Querem garantir a festa da FIFA. Até aí, já estava tudo previsto na cartilha do velho jornalismo; mas eis que o Globo, sagaz, começa uma campanha difamatória em editoriais e manchetes tentando ligar o Deputado Marcelo Freixo à morte de Santiago e ao Black Bloc. Por que ele?

Dois anos atrás, nas eleições municipais do Rio de Janeiro, Freixo já denunciava o rumo que a cidade iria tomar no projeto encabeçado por Eduardo Paes: o Rio se tornaria um balcão de negócios, onde os interesses especulativos se sobreporiam aos interesses da população, parte da cidade seria negociada para os grandes empresários e os obstáculos ao lucro seriam atropelados, justificando toda a bárbarie com a Copa e os Jogos Olímpicos. Não deu outra. Processos acelerados de remoção compulsória, Porto Maravilha, trânsito caótico, desrespeito aos direitos humanos e aos povos tradicionais, truculência, cinismo.

Em sua campanha de 2012, Freixo apostou nas redes e nas ruas, sem doações de empreiteiras e grandes empresários, sem campanhas milionárias na mídia e sem coligação com partidos políticos, conseguiu 30% dos votos. Mas sua vitória foi muito maior: mostrou que é possível quebrar o ciclo econômico da política, em que empresários doam milhões aos candidatos, que gastam em publicidade com os barões das agências e produtoras, e lucram ainda mais em processos de licitações fraudulentas. Apostando nas pessoas, Freixo comprovou que existem alternativas à velha política.

Vamos para as ligações: o advogado do suspeito, Jonas Tadeu, defendeu milicianos, que por sua vez eram ligados a Sergio Cabral. A polícia conduz as investigações às escuras e a narrativa construída deixa ainda muitas dúvidas. O Secretário de Segurança José Mariano Beltrame propõe lei que tipifica manifestantes como terroristas. A Globo faz uma campanha criminosa, que evidencia seus interesses e o mau jornalismo praticado pela empresa. Quem eles atacam? A voz que denuncia, há anos, a promiscuidade entre mídia, poder e polícia.

Mas isso, por si só, não responde a provocação desse texto. O que eles temem, afinal? Com a explosão de manifestações que começaram em 2013, as redes e as ruas se estabeleceram como canal de questionamento e de construção de contra-narrativas à verdade hegemônica. A inteligência coletiva começou a disputar com o Jornal Nacional as pautas do país e inseriu um novo ator político na jogada: o interesse público. Quem melhor dialoga com o novo? A Globo? O Governo? A FIFA? Um estagiário me disse que o que eles temem é que, de pergunta em pergunta, de ligação em ligação, comecemos a encontrar as respostas.

Caio Hungria / Midia NINJA

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Acima: matéria do jornal francês Le Monde Diplomatique sobre Freixo, onde se destaca seu trabalho contra as milícias e a corrupção estatal no Rio de Janeiro, as ameaças de morte que sofreu, os anos de militância e de serviço público; o artigo ainda relembra que o deputado inspirou um dos personagens principais de Tropa de Elite II - O Inimigo Agora É Outro, de José Padilha.

Marcelo Freixo foi o exemplo da vida real que serviu de "molde" para o personagem Diogo Fraga, o "cara dos direitos humanos", encarnado na telona pelo ator Irandhir Santos (o mesmo de "Febre do Rato", Cláudio Assis). Segundo Irandhir, o personagem Diogo Fraga (como Freixo, na vida real) “diz não à política de segurança pública de repressão contra os pobres, os moradores dos morros”. Fraga bate de frente com o capitão Nascimento (novamente interpretado por Wagner Moura), afirmou Irandhir em entrevista: “Ele peita qualquer personagem que seja a favor dessa truculência, desse domínio vigente... "Qualquer um mesmo, até o Nascimento, se ele foi a favor dessa política”. 

Marcelo Freixo até faz uma aparição breve, à la Hitchcock, aos 8 minutos de filme.

Relembre-o abaixo (completo):

TROPA DE ELITE 2 - AGORA O INIMIGO É OUTRO
Um filme de José Padilha (1h 54min):



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Já o sociólogo Luiz Eduardo Soares, co-autor dos livros Elite da Tropa que inspiraram os filmes de Padilha, também declarou seu apoio a Freixo neste momento em que a grande mídia, em especial as Organizações Globo, tentam sujar sua reputação através de acusações caluniosas de que o rojão que matou o cinegrafista da Band teria partido de alguém "com relação com Freixo": 
"Amig@s, são inacreditavelmente frágeis as bases para as reiteradas notícias veiculadas pelo Globo, especulando sobre os mais esdrúxulos vínculos entre Marcelo Freixo e a trágica morte do cinegrafista, Santiago. Detesto teorias da conspiração, mesmo depois das revelações de Snowden. Tampouco tenho tendências paranoicas. Por isso, me sinto no dever de alertar para a inominável manobra política que está sendo promovida pelo sistema Globo (certamente com outros atores políticos), onde trabalham muitos profissionais sérios, que merecem todo meu respeito - por isso, me recuso a generalizar críticas e estigmatizar profissionais honrados. O objetivo é aproveitar o momento de comoção e confusão para arruinar um dos últimos grandes patrimônios da cidade do Rio de Janeiro: a credibilidade de um cidadão digno, de um político respeitável e, nesse caso, a credibilidade da própria Política, com P maiúsculo, no campo da esquerda democrática.

O propósito é escandalosamente evidente: Freixo foi um dos únicos que mantiveram a reputação intocada, durante e depois do maremoto de junho. As manifestações decretaram o colapso da representação, tal como praticada no Brasil. Poucas lideranças resistiram ao terremoto. Freixo é uma dessas raríssimas exceções no Rio, e mesmo no país. Tornou-se um personagem público com autonomia e lastro para transcender partidos, ceticismos, acusações generalizantes. Freixo é um dos poucos deputados que atravessam as ruas de cabeça erguida e, sem qualquer veleidade messiânica ou discursos dogmáticos, têm potencial para salvar a política do pântano em que a meteram.

Não é só a esquerda democrática que, hoje, precisa dele. É a democracia brasileira. Atingir de forma grotesca esse potencial de revitalização da vida política, capaz de articular as ruas e as instituições, é um verdadeiro ataque à República. Não me cabe especular sobre motivações, mas cumpre compartilhar o que me parece óbvio: a artilharia pesada do sistema Globo quer fazer com Marcelo, no plano moral e político, o que as milícias não conseguiram, no plano físico. Há no ar uma tentativa de assassinato moral absolutamente irresponsável. E nós? E os que concordamos com essa análise e aprendemos a respeitar Marcelo Freixo? Vamos deixá-lo sozinho? Ele não deixou a sociedade entregue à própria sorte quando decidiu arriscar a vida para combater as máfias milicianas. Até hoje não pode dar um passo sem a cobertura da segurança armada. É nossa vez de retribuir. Marcelo Freixo não vai ficar sozinho..."

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Também vale a pena ver de novo:



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50 pessoas, 50 motivos:
"Fecho com Freixo" (Campanha de 2012)




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 E já viram o mais novo fenômeno do Facebook, com mais de 30.000 likes em poucos dias? Comunidade "EU TENHO LIGAÇÃO COM MARCELO FREIXO", que satiriza o procedimento global de incriminação: "O primo do cunhado do amigo do meu papagaio me disse que viu o Freixo comprando pão na mesma padaria que o tio do enteado do meu cachorro..." https://www.facebook.com/ligacaocomfreixo

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