FOUR TET - DISCOGRAFIA COMPLETA
Uma das coisas mais interessantes da música eletrônica experimental dos últimos tempos.
Os portugas do site Body Space escrevem: "Four Tet é obra de apenas uma cabeça, a de Kieran Hebden. Membro dos Fridge desde a sua formação em 1997, Hebden decide fazer mais do que rock e envereda por uma vertente mais inventiva e experimental, munindo-se de um computador e começando a recolher e a manipular samples. O leitor mais céptico já está de pé atrás perante a descrição, desconfiando que estamos na presença de mais um entre tantos cromos do Fruity Loops que nada trazem de novo a um panorama talvez sobrecarregado, em que volta e meia surge um novo nome que, por trás de uma panóplia de técnicas “inovadoras”, acaba por limitar-se a fazer uso de fórmulas já suficientemente batidas.
Bem, neste caso o leitor mais céptico terá de dar a mão à palmatória, pois Four Tet pode muito bem ser visto como uma lufada de ar fresco no campo em que se mexe. E nem a velha desculpa “eu gosto é de ouvir instrumentos a sério!” servirá neste caso, pois é possível encontrar de tudo um pouco ao longo deste Dialogue, desde guitarras acústicas a trompetes, passando por pianos e até harpas." - nesta resenha
E ainda: "O quarto capítulo Everything Ecstatic faz de Four Tet (Kieran Hebden para os amigos) o xamã de uma celebração espiritual que há-de conduzir a um plano superior a que, por enquanto, só é possível adivinhar a forma. Conforme o próprio confidenciou ao Bodyspace, o novo trabalho almeja a um estado transcendental de euforia, êxtase, nirvana. Quis o assalariado da Domino Records, através da intensificação do apelo sensorial, atrair até ao seu círculo de influência aqueles a quem agrada mais o risco assumido pelo músico nos improvisos programados ao vivo. Depois, Everything Ecstatic mesmeriza quem apreendeu através da sua imparável dinâmica e todos eleva a um plano superior. A entidade Four Tet equivale ao Deus Ex-Machina que aguarda pelos cruciais instantes estáticos na Torre de Babel para colocar um santuário de ritmo em cada divisão e, assim, converter a confusão em boas vibrações.
(...) A lógica inverte-se e passa a ser a tempestade – de samples bronzeados e estridências encruzilhadas - a suceder à bonança. Four Tet meditou sobre a folk até atingir a clarividência. O seu quarto disco proporciona a panorâmica espiritual de alguém que interrompeu por tempo indeterminado o seu percurso e aproveitou para apreciar o que esse estrado mental lhe oferece. Neste caso, o direito a que o seu nome passe a partir de agora a ser tomado como um adjectivo e não como mais um aspirante ao apadrinhamento dessa entidade papal que conhecemos por Björk." - nest'outra
Já na FOLHA, o Alexandre Matias, entrevistando o mentor do Four Tet, Kieran Hebden, escreveu coisas como: "...ele esquece os clichês europeus de música para dançar e se mira no outro extremo para buscar inspiração. (...) Hebden cita nomes familiares ao pop negro norte-americano como os grandes renovadores do som da virada do milênio. (...) Mas o Four Tet busca a black music moderna como referência de timbres e texturas, não como base de estrutura musical. Esta segue o amálgama de referências citadas por Kieran que, com pouco mais de 20 anos, carrega um currículo de respeito.
"Gosto de estar envolvido com vários tipos de música, e sempre foi assim", ele explica. "Para mim, não existem fronteiras. A vida torna-se mais excitante se você pode ser o DJ de um clube num dia, no outro tocar guitarra numa banda de rock e no outro trabalhar em um remix."Antes de assinar como Four Tet, Kieran já tinha garantido seu lugar ao sol graças ao grupo pós-rock The Fridge.Além disso, tocou guitarra ao lado de nomes como U.N.K.L.E. e Badly Drawn Boy, quando o Fridge acabou deixando o estúdio de lado para se tornar a banda de apoio do novo talento do rock inglês. "Foi fantástico estar em uma banda por apenas alguns meses, tocando para milhares de pessoas, como apenas um guitarrista", lembra Kieran.
Kieran culpa a infância por ter se envolvido com gêneros musicais tão distintos: "Meu pai ouvia de tudo: soul, rock, jazz, country... Aí quando eu tinha 13 anos, o grunge e o lo-fi aconteceram - Nirvana, Pavement, Sonic Youth - e eu resolvi que iria ter uma banda". Entre outras influências, ele cita "Jimi Hendrix, Alice e John Coltrane, Aphex Twin, Björk, Nas, Wu-Tang Clan, Ornette Coleman, Can...".
Voilà:
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