terça-feira, 21 de maio de 2013

"...o perspectivismo ameríndio começa pela afirmação: 'o outro existe, logo pensa'..." (Viveiros de Castro)


Palavras do brilhante antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro
"Se Descartes nos ensinou, a nós modernos, a dizer 'eu penso, logo existo' - a dizer, portanto, que a única vida ou existência que consigo pensar como indubitável é a minha própria -, o perspectivismo ameríndio começa pela afirmação duplamente inversa: 'o outro existe, logo pensa'. E se esse que existe é outro, então seu pensamento é necessariamente outro que o meu. Quem sabe até deva concluir que, se penso, então também sou um outro. Pois só o outro pensa, só é interessante o pensamento enquanto potência de alteridade. O que seria uma boa definição da antropologia. E também uma boa definição da antropofagia, no sentido que este termo recebeu em certo alto momento do pensamento brasileiro, aquele representado pela genial e enigmática figura de Oswald de Andrade: 'Só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago.' Lei do antropólogo." VIVEIROS DE CASTRO. Encontros. Azougue Editorial, 254 pgs, R$29,90. Compre o livro na Livraria Cultura.Saiba mais.
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Abaixo, assista à palestra "A Morte Como Ritual", 
no Café Filosófico da TV Cultura, na íntegra (46 min): 

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