quarta-feira, 28 de novembro de 2007

:: glenn gould ::


GLENN GOULD - Bach: The Goldberg Variations (1955)

I) Disse a VEJA, na seção recomenda, em 2001: Se a palavra "gênio" se aplica a algum pianista do século XX, esse pianista é o canadense Glenn Gould. Ele foi um intérprete inigualável das obras de Johann Sebastian Bach, sobretudo das difíceis Variações Goldberg, compostas pelo músico alemão em 1741. Gould gravou a obra em duas ocasiões: no ano de 1955, que marcou sua estréia em discos, e em 1981, pouco antes de sua morte (o registro anterior foi posto a bordo da nave espacial Voyager, como amostra das "grandes criações da raça humana").

II) A mesma VEJA, sobre a biografia de Glenn Gould por Otto Friedrich, escreveu, em 2000: "O pianista canadense Glenn Gould morreu em 1982 aos 50 anos e virou objeto de culto. Seus discos e vídeos são relançados em profusão inédita para um concertista clássico. Seus fãs-clubes proliferam na internet. Isso vem ocorrendo não apenas porque Gould foi realmente um dos maiores músicos do século XX. Ele era também excêntrico como um ídolo pop. Tinha fobia do palco, não gostava de sexo, evitava o contato humano e usava luvas, boné e cachecol mesmo sob 40 graus Celsius. Escrita pelo jornalista Otto Friedrich, esta é a melhor biografia de Glenn Gould. O texto é fluente — evita o "musiquês" — e capricha no anedotário. Mas vai além disso. Desvenda a mente do pianista sem recorrer a clichês sobre genialidade."

III) Já Milton Ribeiro, em texto publicado pelo excelente blog P.Q.B. Bach, escreve: "Antigamente, a música - mesmo a mais grandiosa - era utilizada como pano de fundo para jantares e comemorações. Para nós é difícil conceber isto, mas a música de Vivaldi, por exemplo, era ouvida sob o provavelmente alegre som de comensais italianos alcoolizados... Excetuando-se os saraus privados, o único local onde podia-se ouvir música em silêncio era nas igrejas. O ritual de deslocar-se até uma sala de concertos a fim de ouvir e ver silenciosamente a performance de orquestras, cantores e recitalistas é relativamente recente - começou há uns 150 anos. Sob uma forma mais barulhenta, a música popular aderiu a este ritual no século XX, porém hoje seus concertos visam mais a celebração do artista do que a finalidades "expressivas" ou "interpretativas".

Alguns radicais, como o extraordinário pianista canadense Glenn Gould (1932-1982) - cujas interpretações de Bach são até hoje difíceis de superar - trilharam o caminho inverso chegando ao extremo de abandonar suas carreiras de concertistas por não acreditarem mais que o formato de concertos e shows fosse aceitável, quando comparado às vantagens oferecidas pelos estúdios de gravação. Não obstante o abandono dos holofotes e dos aplausos - em seu caso sempre entusiásticos -, Gould seguiu pianista e continuou produzindo discos cada vez melhores; mesmo sem ter marcado um mísero concerto em seus 27(!) últimos anos de vida.Glenn Gould acreditava que a tecnologia oferecida pelos estúdios o colocava mais próximo de seu ideal artístico, que colocava a técnica pianística em segundo plano. Apesar de ser um instrumentista absolutamente preciso e hábil, a impressão mais forte que temos ao ouvi-lo não é a do virtuosismo, mas a da expressividade. Com ele, pode-se ouvir a música. Gould pensava que existia somente uma interpretação perfeita de cada obra e que esta só poderia ser obtida em estúdio com auxílio da tecnologia."

Aí vai, pois, o Goldbert Variations de Glenn Gould, um dos discos de música clássica mais lindos que eu já tive o prazer de ouvir. Altíssimamente recomendado!


OPÇÕES DE DOWNLOAD:
(álbum completo - mp3 de 192kps - 70MB)
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(+ opções no MASS MIRROR )

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